Para falar sobre o processo do espetáculo Umbigo, resolvi encarar-me de
frente numa auto entrevista.
Fábio: O Grupo Trilho de Teatro Popular está estreando o espetáculo
Umbigo, como está sua expectativa?
Castilhos: Estou bastante ansioso. Foi um longo processo, mais de um
ano, está na hora desse trabalho nascer. Tivemos momentos de prazer, de
criatividade, mas também de crise e dificuldades. Acho que todo trabalho
criativo passa por isso, né? E no Trilho o processo é muito importante, essa
questão da criação coletiva. Apesar de que nos últimos trabalhos estamos
experimentando o que alguns chamam de criação colaborativa, ou seja, cada um
tem uma função. Coletiva ou colaborativa, tanto a faz, o que eu percebo é que percorremos
um caminho mais tortuoso, mas no fim acho que mais satisfatório também, pois
todos os envolvidos estão imbuídos do trabalho, o resultado final tem a cara, e
o dedo, de cada um de nós. É um processo criativo e também de aprendizagem, de
autoconhecimento. Estamos falando de egoísmo, e não tem como não se
confrontar com o seu e repensar suas atitudes.
Fábio: Falando em criação coletiva ou colaborativa, nas funções de cada
um, eu sei que neste trabalho tu estás atuando e também como dramaturgo. Como é
exercer essas duas funções?
Castilhos: Então, é a segunda vez que fico responsável pela dramaturgia.
A primeira foi no Baú – Lembranças & Brincanças, no qual eu dirigi também.
Nessa primeira ocasião, as funções eram complementares, mais próximas. Já no
Umbigo não. Tive o trabalho de me distanciar, para cada função. Foi mais difícil.
No Baú, a dramaturgia foi criada quase toda em sala de trabalho. No Umbigo,
bastante coisa foi criada nos ensaios, mas eu tive a oportunidade de escrever
mais. Tive mais esse trabalho prévio de escrever cenas, canções, situações para
serem improvisadas. Foi um processo diferente.
Fábio: E os próximos projetos?
Castilhos: Agora é focar na estreia do Umbigo. Já fizemos alguns ensaios
abertos com público e a recepção foi muito legal, mas estreia é estreia! Então
é o momento de utilizar toda a energia possível para essa reta final. E sentir
como vai ser a troca com o espectador, com os espaços que vamos apresentar. Ah,
tem o aniversário de 8 anos do grupo, que comemoramos em junho e que a estreia
do Umbigo já faz parte das comemorações. Em junho faremos apresentações dos
nossos dois espetáculos infantis: O Homem Mais Sério do Mundo e O Baú –
Lembranças & Brincanças, além de outras atividades. Então é isso, focar
nessas duas coisas.
Fábio: E o que tu destacarias no Umbigo?
Castilhos: Que pergunta difícil, hein? Não sei, o espetáculo como um
todo, chegamos num resultado que me agrada muito. Porém, se tem que destacar
alguma coisa, eu destaco então as músicas, o espetáculo é quase um musical
(risos), destaco também os figurinos da Margarida (Rache), que são um
espetáculo à parte. E as minhas cenas, é claro!
Fábio: Imaginei... (Risos) Muito obrigado por conceder essa entrevista,
foi um prazer!
Castilhos: Que isso, o prazer foi meu!
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