terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estação Ferrinho 47 anos - Vídeos

Para quem achou que a semana tinha acabado, estava certo! Mas ela gerou outras coisas, como estes dois vídeos, que mostram a pré-produção do evento:








Em breve mais vídeos documentais da Estação Ferrinho 47 anos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Diálogos na Esquina

Em 2009 o déficit de policiais militares no estado chegava a dois mil. Este ano, houve notório reforço do quadro da Brigada, a maneira pela qual nos damos conta deste aumento é, infelizmente, na verdadeira faxina social que vem ocorrendo na cidade de Porto Alegre. Na Cidade Baixa, bairro no qual resido, intervenho, consumo, passeio, os moradores em situação de rua foram vaporizados, restando alguns poucos, aqueles que, por desgraça, ganham visibilidade que os “blinda” de abordagens policiais como é o caso do senhor pixado enquanto dormia na Rua Lobo da Costa recentemente.
Mas não somente a parcela passiva da miséria é alvo deste operativo velado, a produção cultural popular, sua reflexão e crítica precisa ser removida da programação da cidade que, em 2014, deverá estar em condições cinematográficas para transmissão do maior espetáculo da terra produzido pelo novo Vaticano dos tempos neoliberais: a FIFA .     
O campo deve ser preparado para o jogo lúdico da confraternização dos povos e, como os milhares de aparelhos de TV de plasma que serão vendidos para contemplar tal exibição dispõem de alta definição na imagem, é melhor garantir que tudo esteja no seu devido lugar. O futebol? Equivocam-se os que dizem que ele aliena o povo, ele foi alienado do povo e transformado em fábrica de lucro. O futebol será mero tema da Copa. Na África do Sul, a “Santa Inquisição” da Federação instaurou suas leis e premissas para o evento, resultando em alguns indivíduos condenados a uma década de prisão pelo roubo de uma carteira, moças promotoras de marca de cerveja concorrente da cerveja anunciante oficial, detidas pela policia...
A reconfiguração do que aparece no cenário urbano é vital para o espetáculo de 2014, e esta vai desde a ampliação meramente arquitetônica do HPS - que carece de setenta médicos e mais de uma centena de técnicos - ignorando completamente as necessidades dos moradores da zona sul de Porto Alegre urgentes de um hospital na região, até o enquadramento da cultura produzida na cidade, mais precisamente quando esta não se presta à exaltação folclórica do que convém ao espetáculo.  O recado é claro, esta cidade será contada pelas empresas patrocinadoras da Copa, portanto, parafraseando Chico, artista: Cálice!
Ao meio-dia desta quarta-feira, a Rede Brasileira de Teatro de Rua /RS, realizou a abertura de uma tarde de espetáculos de rua em manifestação contra as recentes repressões protagonizadas pela polícia contra artistas no centro da cidade. Os Diálogos na Esquina inaugurados hoje terão prosseguimento com o objetivo de denunciar estas ações abusivas e retomar o caráter democrático da Esquina, este espaço público será reivindicado de maneira orgânica fazendo jus à sua história e não simplesmente romantizado como “museu”  de luta por democracia para turista ver.
 Ah, o argumento... O argumento alegado para tais ações é sempre defender o direito de ir e vir da população, o qual os artistas cerceariam. Ora, se há algo de significante que cerceie o direito de ir e vir de grande parte da população desta cidade é o valor astronômico do transporte urbano, um dos mais caros da América Latina (!), que impossibilita inclusive, o acesso à cultura, popular, folclórica, crítica ou acrítica.   

Ana Campo
Colaboradora do Grupo Trilho

domingo, 14 de novembro de 2010

Bom tom?


Fazer teatro, trabalhar com arte no Brasil não é tarefa fácil. O tal do mercado cultural, a indústria, é para poucos e são muitos os que fazem arte na garra, na teimosia. Com certeza a situação vem melhorando, há anos atrás era muito pior, menos verba, censura, ditadura, enfim, eram maiores os percalços para os artistas. Isso, porém, não diminui o mérito dos artistas de hoje, principalmente daqueles que não se entregam ao simples comércio de arte.
Falo isso porque aconteceram recentemente dois fatos em Porto Alegre que me fazem refletir sobre a dificuldade imposta aos artistas, e ainda por cima aproxima-se perigosamente com a época da ditadura. Primeiro, no dia 16 de outubro o grupo de teatro Levanta Favela foi interrompido pela polícia em plena esquina democrática, e agora, 12 de novembro, na Feira do Livro, a poeta e escritora Telma Scherer também é interrompida e detida pela Brigada Militar enquanto fazia uma performance.

Quais são os reais motivos para esses atos de repressão por parte da Brigada? Distúrbio público? Não ter autorização para se apresentar? Incitar perigosamente o povo? Atrapalhar a livre circulação e principalmente o livre comércio dos transeuntes e lojistas? Hum... Ainda me parece pouco... Talvez não fosse do gosto estético da nossa polícia? Quem sabe se convidássemos alguns tenentes, capitães e soldados e talvez alguns cabos da nossa Brigada para fazer parte do júri dos prêmios de arte de nossa cidade, quem sabe assim descobrimos qual é o seu gosto estético e então já não mais correríamos o risco de nos equivocar e de sermos presos por aí por um simples mal entendido estético-artístico. Seria de bom tom nosso, convidar também alguns vereadores, deputados, prefeitos, governadores, lobistas, empresários de grandes corporações, para fazer parte desse júri. Assim não teria mais equívoco, não mesmo.

Aproveito para deixar um convite a todos:

A Rede Brasileira de Teatro de Rua (RS) convoca a todos para participar do Diálogo na Esquina. Ato em repúdio ao desrespeito com os artistas, à autorização para apresentações e cobrança para utilização de espaços públicos, que pertencem a todos nós!
Dia 17 de Novembro, 4ª feira, à partir do meio-dia.
NA ESQUINA DEMOCRÁTICA, CENTRO.


Seria de bom tom que os nossos futuros jurados fossem presenciar esse acontecimento.



Fábio Castilhos
   Integrante do Grupo Trilho


Ps: Links para mais informações sobre os dois acontecidos: Levanta e Telma.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Inventando um lugar em que a tigresa possa mais que o leão...

Domingo é dia de praça lotada no bairro Humaitá, e em qualquer lugar, todo artista tem que ir aonde o povo está. A história da tigresa monólogo da Cia. Destemperados com atuação de Anderson Balhero, teria a missão de fechar a programação na última noite do aniversário  de 47 anos do Ferrinho. Para garantir o sucesso da divulgação soltamos a tigresa na praça e lá se foram os últimos panfletinhos.
Enquanto esperávamos o público e Anderson passava o texto, a conversa era descontraída e as caras de dever cumprido, neste caso nem dever, mas um objetivo, atingido. Mabel, a primeira a chegar para o espetáculo nos pegou tranqüil@s, comendo torta do dia anterior.

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Abstraindo o calor intenso o público chegou e entrou na história. Com nove meses de pesquisa e algumas apresentações na bagagem, Anderson contou a história de um soldado chinês que, ferido na Manchúria, é salvo graças ao convívio com uma tigresa e seu filhotinho desencadeando uma nova lógica de ação durante o conflito que vivenciava. Divertiu as crianças com seu domínio corporal e uma energia inesgotável. É um ator perpetuum mobile. Para os adultos, o conteúdo subversivo do texto de Dario Fo é que toca.  Convidad@s a rugir como tigrinhos os expectadores formaram um coro e tanto, mas quem roubou a cena foi Gi, que não negou o sol em leão e soltou seu lado felino.
Para não perder o bom costume, bate-papo e alguns canapés remanescentes do coquetel de sábado para fazer a reflexão da peça. Em meio às intervenções um tigrinho surge da plateia e vai em direção a Anderson, senta a seu lado como quem o acompanhou por toda a viagem, sedento e amigo.    

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Parabéns Ferrinho! Parabéns Grupo Trilho! Obrigada aos amigos.

Ana Campo
Colaboradora do Grupo Trilho

domingo, 7 de novembro de 2010

O Pão do Povo - Estação Ferrinho 47 anos

- Um táxi, com ar condicionado, por favor.

A galera do Trilho acostumada ao Fusca do Fabinho e às “pernas para que-te-quero” desta vez esnobou, é que era dia de coquetel e as pastinhas para os canapés ou canamão, como diz a Carmelina , nem o delicado mousse de maracujá poderiam saber do calor e suas bactérias.

No cardápio de atividades nada menos que um belo debate sobre teatro (teatro popular, não o culinário), cultura descentralizada, Ferrinho. Para isso estavam à mesa, como convidados, aquele que orientou o trabalho de Carol sobre teatro popular que resultou na peça “A Decisão”, o ator professor da UERGS, Carlos Mödinger, o coordenador de artes cênicas da Secretaria de Cultura de Porto Alegre Breno Ketzer um dos maiores entusiastas das atividades que desenvolvemos no local e Raul Carrion, deputado estadual reconhecido no âmbito cultural por empenhar-se nas causas justas e populares, lutador antigo pelo Ferrinho.

mesa

Mas não haveria mesa completa sem Seu Hélio, aquele que, aonde vai, leva o Ferrinho junto. Estava em casa, à vontade e emocionado para deleitar a todos com a história do lugar. Daniel conduziu a conversa de maneira equilibrada e aberta como é de seu feitio e já na primeira rodada, tivemos o privilégio de ouvir sobre políticas culturais, conceitos sobre o popular, o erudito , o entretenimento, suas repercussões sociais. Não é necessário comentar que o debate rendeu - e deixou todo mundo com fome...

coquetel

Os corredores do Ferrinho lotados denunciavam: ali estavam os quitutes. E todos deliciaram-se com comidinhas bem saudáveis e, em ode a Baco, o vinho. Seu Hélio e Dona Margarete abraçados ilustram melhor que qualquer comentário, o parabéns cantado a dezenas de vozes em homenagem aos 47 da entidade.

abraço


Depois de comer tudo e mais um pouco, teríamos continuado se não fôssemos pegos com os garfinhos na mão pelo batuque do grupo UPA, coral especialista em música popular brasileira, a torta do Glaudinei estava imperdível mas a batucada também. Leva a torta junto e vamos cair no samba!

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As quase vinte vozes dos músicos foram o auge de um dia festivo, politizado e bem servido. Como se fosse pouco o pessoal ainda ficou por ali para dar uma ensaiada, batucamos por mais duas horas e terminamos o dia cheios, de felicidade, esperança e fé na luta e no teatro (o popular, não o culinário...) 

Ana Campo
Colaboradora do Grupo Trilho

sábado, 6 de novembro de 2010

Trilho(s) e Flor(es) - Estação Ferrinho 47 anos

Ontem o calorão deu uma tregua, choveu e a temperatura ficou mais amena. As flores que plantamos na entrada do Ferrinho agradeceram. Fixaram-se na terra e desabrocharam lindos botões. Nós, do Trilho, também nos fixamos e cada vez criamos raízes naquele local. A Estação Ferrinho floresce e com certeza vai gerar frutos. Apresentamos A Decisão e de organizadores do evento passamos a artistas. Não vou falar da peça, até porque de dentro não vou conseguir me distanciar o suficiente para isso, vou falar sobre o que a noite de ontem gerou.

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Foi muito bom poder contar com os amigos e parceiros que estavam lá cumprindo o papel que nos coube na quarta, na quinta e que ainda vamos exercer hoje e amanhã: o de organizar o evento. Gil, Juliano, Elincon, Judith, Glaudinei, Antonio, Paola, Osmar, Paula, estavam lá dispostos, fazendo de tudo para nos ajudar. Muito obrigado pela colaboração. Ah, se eu esqueci de alguém, por favor me perdoe.
De entro, tivemos algumas estréias, Gabriel Gorski e Sérgio Baiano na música e Cristiano Morais substituindo o Gil na cena. Estavam tão à vontade que pareciam já estar conosco desde o início do processo. Gorski e Baiano que antes de estarem na cena estiveram na platéia, se inseriram com muita propriedade. As composições foram renovadas e ganharam outras cores, outros tons. 

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Cris, que também faz parte da oficina do Oi Nóis que acontece no Ferrinho e que também havia assistido à peça, protagonizou uma das fotos mais interessantes da Decisão, quase profética. Na foto o policial (Caroline Falero) está batendo em um operário (Gil Dos Santos) e Cris ao fundo, assistindo, coloca a mão na nuca sofrendo junto com o operário. Pois Cris veio a substituir justamente o Gil e sofrer como o operário. 

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Foi muito bom ter um público atento, participativo. Lembro de ver alguns balançando a cabeça e marcando com os pés o ritmo das músicas e ainda outras que já haviam visto a peça, cantando junto conosco. Mas ontem tivemos alguém na platéia que nunca tinha visto o espetáculo: Gil Dos Santos. Ele que esteve desde o início do processo, que tem muito dele nesse trabalho, teve por motivos alheios, de sair e foi substituído. Seus olhos brilhavam e eram extremamente generosos, emocionado nos emocionou. Cantou (deve ter até dito alguns textos baixinho!) e não entrou em cena por pouco, como me confidenciou no final da noite.

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Muito obrigado a todos que estavam lá ontem a noite, aos que estiveram nos outros dias e aos que estarão hoje e amanhã, nessa grande comemoração que é a ESTAÇÃO FERRINHO 47 ANOS!                  


Fábio Castilhos
Integrante do Grupo Trilho

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dia 2: O pássaro, o cativeiro, a liberdade - Estação Ferrinho 47 anos

Quem não gosta de passarinho, ainda não viu “João Jiló”.
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Sob os olhos atentos de mais de uma centena de crianças e alguns adultos retrospectivos, o trio de atuadores do grupo TIA (Teatro Ideia Ação) mostrou que tira de letra o público para o qual se dirige - se isto ainda é possível!!! Esse tirar de letra dispõe de um vasto vocabulário no qual podemos citar a participação ativa (e não decorativa) do público como conceito chave.  A exposição carregada de humor de uma situação corriqueira e naturalizada – a captura de um pássaro- é dramatizada para remeter-nos ao atual drama universal, a devastação ambiental.    
O domínio de cena é admirável em Mariana, atriz do grupo que despertou atenção das crianças já às portas do Ferrinho.  Marcelo se transforma de anarquista metido a piadista, em um João rústico e amargo, amargo que nem jiló. Gil - que não é o Gilberto mas manda bem - fica a cargo da viola e uma certa melancolia.

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Sem medo das linguinhas afiadas e como é tradição em nossas trupes, a apresentação foi seguida de bate- papo cuja pauta predominante foi a barriga de balão do João, do João Jiló. 

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Depois de despedir-nos dos alunos da Escola Estadual Lions Club, com muito bolo de chocolate e já com saudade da tropinha, nos preparamos para receber também da cidade de Canoas, o grupo de capoeira Angola Brasil e a intervenção cênica “O menino chorou” de Valéria Benitez.  Esta conhecida cantiga de capoeira ilustra o ato que Valéria expôs sacudindo em meio à poeira, ao som de atabaque, berimbau, caxixi e pandeiros, evocando junto a esta genuína arte brasileira o sofrimento e resistência, comandantes de bordo dos navios traficantes de negros cativos e escravizados de diversos países africanos até o Brasil. Como não poderia deixar de ser, após a emocionante apresentação, a roda de capoeira formou-se novamente e o ciclo se fechou com um samba de roda pegado.

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Os capoeiristas suaram o abadá, mas o público não ficou por menos e também não teve descanso, a noite adentrou com o herdeiro Burgó e seu capataz discursando das altezas do Ferrinho ainda a céu aberto.  Depois da passagem inebriante do jovem capitalista, o distanciamento cai como uma lâmina quando o “Diretor de figurantes” nos ordena a entrada já anunciando a influência da dramaturgia Brechtiana e da característica bem brasileira: a situação trágica mostrada de maneira cômica. “O Mercado do Gozo” nos seduz com a atraente estética de uma boemia europeizada, na qual perambula o herdeiro da poderosa fábrica, insaciável em seu vazio existencial. Mas sua fábrica e o bordel no qual passa o tempo não são meros panos de fundo de seu drama individual e sim a própria história a ser contada. 

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O ano de 1917 é quase sinônimo de Revolução Russa, mas esta não foi uma só e podemos citar claramente duas etapas, a de fevereiro -de caráter burguês- e a de outubro – proletária, mas o ano não foi apenas determinante para o resto do mundo, ele aconteceu em vários lugares do globo, inclusive em Porto Alegre sede de greve geral influenciada por dirigentes anarquistas e pela primeira etapa da revolução russa, mas principalmente pelas péssimas condições de trabalho, a falta de liberdade organizacional, os baixos salários.  

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Hoje é a vez do Grupo Trilho, mas sou suspeita para escrever...
Beijo grande!
Ana Campo
Colaboradora do Grupo Trilho

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E se? - Estação Ferrinho 47 anos

Pintado, decorado e com os corredores fervorosos o Ferrinho começou ontem a comemorar seus 47 anos fazendo jus à sua causa, a cultura popular.

Oriunda de oficinas de teatro popular, formada em teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e antiga hóspede do Ferrinho, Josiane Acosta nos contou estórias carregadas do ludismo que caracterizam as culturas ancestrais de povos ao redor do mundo, neste caso a fértil produção popular de diversos povos africanos. E se Africa? estreou ontem ali, no lugar onde durante todo o ano, pessoas dos bairros mais distantes da capital e seus arredores, nos juntamos aos ativistas do Humaitá, movidos por um mesmo motor: E se evitássemos que o prédio fosse derrubado para que o terreno sirva de estacionamento a caminhões? E se promovêssemos discussões que propiciem acesso de todos os moradores à participação popular? E se apresentássemos peças de teatro para que as escolas pudessem aproveitar-se de maneira saudável da educação que esta arte pode fornecer?

Josiane já estava no camarim quando desci para fotografar os alunos da Escola Vereador Antonio Giúdice, os quais haviam utilizado transporte cedido por consórcio que requisitamos de maneira gratuita (sempre coerentes com nossa Estética da Chinelagem!). Surpresa minha quando, através da lente, me deparo com Marcelo, amigo de Josi de longa data. Marcelo não sabia, muito menos eu, ele era o motorista que fez o trajeto da escola até o Ferrinho. De quebra viu a apresentação de sua grande amiga. Quando a causa é nobre o universo parece conspirar a favor, essa fé acompanha @s amig@s do Ferrinho e seu Hélio nosso dirigente vitalício.

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As mais de oitenta pessoas que se acomodaram para ver a contação ouviram atentamente cada uma das histórias cujas ilustrações eram perpassadas por alegrias, tristezas, fé na vida, resignação. Talvez a mais comovente, o consenso, tenha sido a narrativa de Okipija, moça de beleza estonteante - assim como a atriz que a representou- que a ser cortejada por todos os homens que a viam, encantou-se por peixes que travestidos em três homens pediram a seu deus a graça de concebê-la. Ao descobrir a sina, a música ecoou e ela aprofundou-se nas águas: O mar que esconde cada passo... Mas o fim desta história agradou, Okipija no mar viveu e conta-se que lá, os peixes têm características parecidas com as dos homens.

Finalizado o espetáculo a conversa que duraria dez minutos, estendeu-se por quase meia hora, com ampla participação e questionamentos dos mais interessantes e curiosos.

Podemos dizer que começamos mais do que bem a agenda que até domingo promete emocionar e debater a cultura, a arte, o ser humano.



Ana Campo

Colaboradora do Grupo Trilho

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