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quarta-feira, 16 de março de 2016

SAÍDA DE EMERGÊNCIA (Grupo convidado Trupe Zona de Teatro)




A Saída de Emergência é uma oficina com dinâmica que se dá a partir de um aquecimento com jogos clownescos que direciona de forma sensível e lúdica os participantes a realizarem um passeio de palhaços pela Usina do Gasômetro e arredores, buscando, sobretudo, a interação delicada com o público. Sem pré-requisitos. Na Saída, crianças acompanhadas pelos responsáveis também podem participar. É um evento gratuito no qual se pede doações voluntárias de materiais de limpeza e/ou 1 kg de alimento não perecível para a Casa Do Artista Riograndense.


SERVIÇO

24/04
Domingo - das 15h às 18h
Sala 503 - Usina do Gasômetro

Ministrante: Melissa Dornelles
Assistência: Fabio Castilhos
Apoio: Giovanna Zottis e Luzia Ainhorem

Atividade gratuita

Inscrições e informações: oficina@trupezonadeteatro.com (a partir de 10/04)

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Saída de Emergência e Vivencial de Clown 2


A temporada de estreia do espetáculo "Enfim Sós - Uma tragicomédia clownesca" foi linda!!! Mas acabou. Porém o projeto, que foi contemplado com o Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo 2014, ainda não! 

No mês de agosto realizaremos a 2ª edição como contrapartida do projeto da Saída de Emergência e do Vivencial de Clown.

As oficinas serão gratuitas, com recebimento de doações voluntárias que serão destinadas a Casa do Artista Riograndense. Como as vagas são limitadas, te inscreve o quanto antes, mandando um e-mail para oficinas@grupotrilho.com.br, com o nome da oficina que deseja participar.

Foto: Renata Andrade

Saída de Emergência: 16/08 (domingo), das 14 as 17 horas, Sala 503 da Usina do Gasômetro
A dinâmica se dá a partir de um aquecimento com jogos clownescos, que direciona de forma sensível e lúdica os participantes a realizarem um passeio com os palhaços pela orla do rio Guaíba, buscando sobretudo a interação delicada com o público. SEM PRÉ REQUISITOS* 

Workshop Vivencial de Clown: 29/08 (sábado), das 10 as 12 horas, Sala 503 da Usina do Gasômetro 
Sinopse: Aberto a qualquer pessoa acima dos 15 anos, que tenha desejo de vivenciar a arte do palhaço. Foco na busca da sensibilização, nas possibilidades cômicas do corpo, e no resgate da criança interior. VAGAS LIMITADAS/SEM PRÉ REQUISITOS* 

*Todas estas oficinas não tem pré requisitos, isto é, qualquer pessoa (com ou sem experiência com teatro/palhaço) acima dos 15 anos, pode participar. 

Na Saída de Emergência, crianças acompanhadas pelos responsáveis também podem participar. 

Estas oficinas serão ministradas por Melissa Dornelles com assistência de Fábio Castilhos, ambos palhaços/atores do espetáculo "Enfim Sós- uma tragicomédia clownesca".

domingo, 5 de julho de 2015

Saída de Emergência e Vivencial de Clown

Nasceu!!! O "Enfim Sós" estreou cheio de saúde. TIM TIM!!! Seguimos em cartaz de quinta a domingo, até dia 19/07, no teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana, sempre às 20 horas. Venham compartilhar este momento conosco!

E é com muita alegria que anunciamos uma nova fase do projeto, em que realizaremos oficinas gratuitas, com recebimento de doações voluntárias que serão destinadas a Casa do Artista Riograndense. Dá uma espiada na nossa agenda aqui abaixo, e te prepara para mergulhar fundo neste universo mágico e transformador do nariz vermelho. Como as vagas são limitadas, te inscreve o quanto antes, mandando um e-mail para oficinas@grupotrilho.com.br, com o nome da oficina que deseja participar.

Foto: Claudio Etges


Saída de Emergência: 12/07 (domingo), das 14 as 17 horas, Sala 503 da Usina do Gasômetro
A dinâmica se dá a partir de um aquecimento com jogos clownescos, que direciona de forma sensível e lúdica os participantes a realizarem um passeio com os palhaços pela orla do rio Guaíba, buscando sobretudo a interação delicada com o público. SEM PRÉ REQUISITOS* 

Workshop Vivencial de Clown: 18/07 (sábado), das 10 as 12 horas, Sala 503 da Usina do Gasômetro 
Sinopse: Aberto a qualquer pessoa acima dos 15 anos, que tenha desejo de vivenciar a arte do palhaço. Foco na busca da sensibilização, nas possibilidades cômicas do corpo, e no resgate da criança interior. VAGAS LIMITADAS/SEM PRÉ REQUISITOS* 

*Todas estas oficinas não tem pré requisitos, isto é, qualquer pessoa (com ou sem experiência com teatro/palhaço) acima dos 15 anos, pode participar. 

Na Saída de Emergência, crianças acompanhadas pelos responsáveis também podem participar. 

Estas oficinas serão ministradas por Melissa Dornelles com assistência de Fábio Castilhos, ambos palhaços/atores do espetáculo "Enfim Sós- uma tragicomédia clownesca".

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Prêmio Carequinha "Enfim sós - Uma tragicomédia clownesca"

Agora é oficial!!! Fomos selecionados no edital do Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo para montar o espetáculo "Enfim sós - Uma tragicomédia clownesca"! Estamos muito felizes e empolgados com esse projeto, que é o primeiro com o qual ganhamos algum edital!!!



Estão no elenco deste novo projeto Fábio Castilhos e Melissa Dornelles. E pela primeira vez também, teremos uma diretora convidada, a atriz, diretora e palhaça Luciane Olendzki! Em breve vamos criar um blog específico para este projeto, no qual será registrado o processo e os frutos desta experiência artística. 

Fique atento, logo teremos mais informações!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Oficina "Corporeidade e Jogo no Trabalho do Ator" com Fábio Castilhos

A partir do dia 15 de julho mais uma oficina ministrada por integrante do Trilho será oferecida. Dessa vez é a oficina "Corporeidade e Jogo no Trabalho do Ator" que será realizada pelo ator e diretor Fábio Castilhos. 

A oficina acontece na Casa de Cultura Mario Quintana, do dia 15 de julho até 27 de setembro, as terças-feiras, das 19h às 22h. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do e-mail corpoejogo@gmail.com, enviando um currículo resumido e breve carta de intenção. As inscrições vão até o dia 13/07 e os selecionados serão divulgados no dia 14/07, por e-mail e no site da CCMQ.



Sobre a oficina
O objetivo da oficina é criar um espaço/tempo no qual o participante possa manifestar sua espontaneidade e criatividade com o foco no fazer teatral. Por meio dos princípios que norteiam o trabalho do ator, abordar o trabalho físico e o jogo como principais focos de pesquisa. Proporcionar ao participante uma experiência que possa contribuir para o seu auto aperfeiçoamento, exercitar as suas aptidões expressivas, estimulando seus impulsos criativos.
Na busca de um trabalho pessoal criativo, pode-se através de um treinamento individualizado descobrir um repertório, energético e de movimentos, que irá acompanhá-lo no seu fazer artístico, na sua poética de cena, independente do estilo, gênero e estética. Na formação de um trabalho pessoal, de uma autonomia inventiva, o treinamento tem um papel fundamental. A investigação de princípios e de elementos que constituem a prática do trabalho autoral possibilita um caminho pessoal na sua formação técnica, artística e pedagógica, por meio de um treinamento físico que aborda aspectos inerentes à pré-expressividade, à presença e ao jogo.
O público-alvo são artistas cênicos (atores, bailarinos, performers, circenses), estudantes e interessados.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Fábio Castilhos

Para falar sobre o processo do espetáculo Umbigo, resolvi encarar-me de frente numa auto entrevista.

Fábio: O Grupo Trilho de Teatro Popular está estreando o espetáculo Umbigo, como está sua expectativa?

Castilhos: Estou bastante ansioso. Foi um longo processo, mais de um ano, está na hora desse trabalho nascer. Tivemos momentos de prazer, de criatividade, mas também de crise e dificuldades. Acho que todo trabalho criativo passa por isso, né? E no Trilho o processo é muito importante, essa questão da criação coletiva. Apesar de que nos últimos trabalhos estamos experimentando o que alguns chamam de criação colaborativa, ou seja, cada um tem uma função. Coletiva ou colaborativa, tanto a faz, o que eu percebo é que percorremos um caminho mais tortuoso, mas no fim acho que mais satisfatório também, pois todos os envolvidos estão imbuídos do trabalho, o resultado final tem a cara, e o dedo, de cada um de nós. É um processo criativo e também de aprendizagem, de autoconhecimento. Estamos falando de egoísmo, e não tem como não se confrontar com o seu e repensar suas atitudes.

Fábio: Falando em criação coletiva ou colaborativa, nas funções de cada um, eu sei que neste trabalho tu estás atuando e também como dramaturgo. Como é exercer essas duas funções?

Castilhos: Então, é a segunda vez que fico responsável pela dramaturgia. A primeira foi no Baú – Lembranças & Brincanças, no qual eu dirigi também. Nessa primeira ocasião, as funções eram complementares, mais próximas. Já no Umbigo não. Tive o trabalho de me distanciar, para cada função. Foi mais difícil. No Baú, a dramaturgia foi criada quase toda em sala de trabalho. No Umbigo, bastante coisa foi criada nos ensaios, mas eu tive a oportunidade de escrever mais. Tive mais esse trabalho prévio de escrever cenas, canções, situações para serem improvisadas. Foi um processo diferente.



Fábio: E os próximos projetos?

Castilhos: Agora é focar na estreia do Umbigo. Já fizemos alguns ensaios abertos com público e a recepção foi muito legal, mas estreia é estreia! Então é o momento de utilizar toda a energia possível para essa reta final. E sentir como vai ser a troca com o espectador, com os espaços que vamos apresentar. Ah, tem o aniversário de 8 anos do grupo, que comemoramos em junho e que a estreia do Umbigo já faz parte das comemorações. Em junho faremos apresentações dos nossos dois espetáculos infantis: O Homem Mais Sério do Mundo e O Baú – Lembranças & Brincanças, além de outras atividades. Então é isso, focar nessas duas coisas.

Fábio: E o que tu destacarias no Umbigo?

Castilhos: Que pergunta difícil, hein? Não sei, o espetáculo como um todo, chegamos num resultado que me agrada muito. Porém, se tem que destacar alguma coisa, eu destaco então as músicas, o espetáculo é quase um musical (risos), destaco também os figurinos da Margarida (Rache), que são um espetáculo à parte. E as minhas cenas, é claro!

Fábio: Imaginei... (Risos) Muito obrigado por conceder essa entrevista, foi um prazer!


Castilhos: Que isso, o prazer foi meu!

domingo, 9 de março de 2014

Inscrições Abertas - Oficina Trilhos de uma Estética Popular

Estão abertas as inscrições para a terceira edição da oficina "Trilhos de uma Estética Popular". O objetivo da oficina é proporcionar ao participante uma vivência prática do processo do Grupo Trilho de Teatro Popular, partindo de elementos da sua metodologia de trabalho. Nesta edição quem ministrará a oficina serão Caroline Falero, Fábio Castilhos e Giovanna Zottis. A oficina será realizada no dia 25 de março, das 18h30min. às 21h30min., na Sala 400 da Usina do Gasômetro.

Participantes da edição de fevereiro

As inscrições são gratuitas e ocorrem de 10 a 21 de março. Devem ser feitas pelo e-mail: oficinas@grupotrilho.com.br, indicando no Assunto o nome da oficina e no corpo do e-mail sua idade e telefone para contato. Serão disponibilizadas 20 vagas por ordem de inscrição.


Trilhos de uma Estética Popular
Dia 25 de março
Das 18h30min. às 21h30min.
Sala 400, Usina do Gasômetro
Ministrantes: Caroline Falero, Fábio Castilhos e Giovanna Zottis
Público-Alvo: Interessados a partir de 16 anos que tenham alguma experiência com teatro

Inscrições gratuitas através do e-mail oficinas@grupotrilho.com.br, indicando no Assunto o nome da oficina e no corpo do e-mail idade e telefone para contato.

domingo, 2 de junho de 2013

Grupo Trilho, 7 anos

Hoje o Grupo Trilho de Teatro Popular completa 7 anos de existência. 7 anos de arte, de teatro, de resistência e uma boa dose de teimosia e utopia. O Trilho surgiu de oficinas nos projetos "Descentralização da Cultura" da Prefeitura de Porto Alegre e "Teatro como instrumento de discussão social" da Terreira da Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz. Os dois projetos aconteciam no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho, no Bairro Humaitá, em Porto Alegre, espaço que o grupo continua ocupando.

Nestes 7 anos muitos artistas estiveram envolvidos com o grupo, uns atuando diretamente, outros ajudando, colaborando. Neste período, montamos espetáculos, intervenções e eventos. Tudo na teimosia, sem grana de edital. Tudo na cara dura, resistindo com recursos próprios. Tudo na Estética da Chinelagem, como costumamos dizer. No conflito, na resistência e na coletividade segue o trem, segue o Trilho, segue nossa utopia.

Dos primeiros integrantes, da época que o grupo chegou a se chamar "Atiamuh e Agregados", resistem e insistem dois artistas: Caroline Falero e Daniel Gustavo. A eles somam-se outros, que entraram em outras estações: Bruna Immich, Fábio Castilhos, Gabriel Gorski, Giovanna Zottis e Sergio Baiano. E agora, aumenta-se um pouco mais esse vagão, pois Diego Ferreira e Melissa Dornelles entram para fazer parte desta viagem. 

Trilheiros
Da esquerda para direita, em cima: Bruna Immich, Caroline Falero e Daniel Gustavo. No meio: Diego Ferreira, Fábio Castilhos e Gabriel Gorki. Embaixo: Giovanna Zottis, Melissa Dornelles e Sergio Baiano.

Como estamos com muito trabalho pela frente (e ainda bem!), não haverá festa, nem evento, mas há muito o que comemorar! Estamos organizando o novo site do Trilho que em breve estará no ar, e na próxima terça-feira partimos para o circuito do Sesc Teatro a Mil, passando por 8 cidades do RS, durante todo o mês de junho, totalizando 25 apresentações com o espetáculo "O Baú - Lembranças & Brincanças".

E ainda este ano, estreamos dois novos espetáculos, um de rua e outro infantil. 

Agradecemos a todos que fazem e fizeram parte do Trilho, amigos, colaboradores, trilheiros... E que possamos viajar por muitos anos nesse Trilho!

      

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Entrevista Fábio Castilhos por Diego Ferreira

Esta entrevista foi postada originalmente no blog do Diego Ferreira, http://escapeteatro.blogspot.com.br/. Acessa lá que o blog é muito bom, cheio de informações!
1.      Quando e como iniciou a sua trajetória teatral?

Meu primeiro contato foi na escola em 1997. Na sétima e oitava série do Ensino Fundamental a disciplina de artes visuais era substituída pela de teatro. Eu curtia muito aquelas aulas, com a professora Sônia Pellegrino, que infelizmente faleceu. Depois, em 2002, tendo encerrado o Ensino Médio, não passei no vestibular (para Ciências Sociais) e fiquei meio perdido. Quase sem querer me inscrevi num curso de teatro para iniciantes com o Zé Adão Barbosa. Daí em diante não parei mais. 

Fábio A Decisão
A Decisão. Grupo Trilho. Foto: Ana Mendes

2.      Como se deu a sua formação? 

Depois desse primeiro curso com o Zé Adão, entrei no curso de Formação de Atores do Tepa (Teatro Escola de Porto Alegre) no ano de 2003. Neste curso tive aulas com o próprio Zé Adão, o Luiz Paulo Vasconcellos e a Jezebel De Carli. Através da Jezebel conheci a UERGS, prestei o vestibular e passei. Isso em 2004. Formei-me no curso de Graduação em Teatro: Licenciatura (o curso inicialmente se chamava Pedagogia da Arte) em 2007.

3.      Atuar ou dirigir? 

Os dois! As duas coisas me dão prazer, me divertem. Talvez, daqui alguns anos eu dirija mais do que atue, sempre acho que isso possa acontecer, mas por enquanto isso não me preocupa.  

4.      Qual o papel da universidade na formação de um artista?

Na minha formação foi essencial. Lá eu tive oportunidade de conhecer diversas práticas e teorias. Existe uma metodologia, um caminho. Aí, tu podes escolher qual vai seguir. Porém não é o único caminho. Acho que fora da academia a busca por teoria é mais difícil, a universidade facilita esse acesso. Acho que é isso, a universidade funciona como uma facilitadora, ela te oferece caminhos, possibilidades, mas não basta, tu tens que ir além, ela não te transforma num artista. 

5.      Grupo de Teatro ou Teatro de Grupo? Fale sobre o Grupo Trilho?  

Eu acredito muito no Teatro de Grupo. Na verdade, pouco importa a nomenclatura, o que importa mesmo é como se dá o processo de trabalho, como funciona e são estabelecidas as relações. Eu não consigo pensar o teatro em uma função só. Se estiver atuando quero interferir na luz, no figurino, na dramaturgia, enfim a criação deve ser coletiva. Mesmo que haja funções (diretor, cenógrafo, etc.) elas devem dialogar, sem hierarquia, é o que costumam chamar de criação colaborativa.
            Outra questão que acho importante em um coletivo é que as pessoas acabam criando objetivos muito próximos, laços artísticos. Numa companhia, onde as pessoas são contratadas, os objetivos são muito diferentes, o diretor quer fazer a sua peça, o ator quer “brilhar”, tem muito mais “ego” envolvido. No grupo essa questão do ego fica mais diluída, pois o objetivo é do coletivo e não somente do indivíduo.
            O Trilho é um grupo que migra entre criações coletivas e colaborativas, dependendo do objetivo que temos. Cada integrante tem algumas funções que desempenha, mas nada é absolutamente fechado, do tipo fulano só faz isso, sicrano só faz aquilo. Vamos criando e nos organizando da forma que melhor possamos cumprir os objetivos que traçamos. 

6.      Em 2011 o Grupo Trilho experimentou pela primeira vez direcionar o seu trabalho ao público infantil. Como foi esta experiência, qual foi à premissa? 

Partimos de uma necessidade. De uma não, de várias. A primeira era que quando fazíamos espetáculos no nosso espaço, o Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho, quem ia assistir eram as crianças, elas que insistiam e os pais acabavam acompanhando. Só que as peças eram adultas e até pesadas para elas. Daí pensamos: precisamos fazer algo para essas crianças. Outra necessidade foi que todos nós do grupo também somos educadores e trabalhamos com crianças, enfim vários outros pormenores nos levaram a pensar num trabalho para o público infantil.
E a experiência começou justamente aí. Sabíamos que eu iria dirigir e trabalhar na construção da dramaturgia e que a Caroline Falero e a Giovanna Zottis iriam atuar, e só. Não tínhamos ideia de texto, nem de um tema. Começamos improvisando muitas coisas e aos poucos a peça foi aparecendo. O processo todo durou oito meses. Foi uma experiência incrível, as atrizes se divertiram muito durante o processo, a ideia era essa. Mas eu não. Quer dizer, é claro que eu me diverti, mas teve momentos muito difíceis que eu não tinha a menor ideia de onde aquilo ia parar. Mas foi muito gratificante, por que foi um processo de criação muito livre, que eu tinha muita vontade de experimentar. 

7.      O que o teatro político, Brecht e a periferia do Humaitá contribuíram para a construção da dramaturgia de “O Baú”?  

Contribuíram por que esses elementos estão na nossa gênese, na nossa pele, na nossa alma. Eles são geradores da nossa estética, da nossa ética. Não conseguiríamos fazer uma peça para as crianças que fosse apenas “bonitinha” e “engraçadinha”. De alguma forma nós temos de cutucar o espectador, seja ele adulto ou criança. E eu creio que conseguimos fazer isso. Tanto crianças como adultos saem de “O Baú – Lembranças & Brincanças” com dúvidas, com anseios. O espectador se diverte, mas pensa também. E isso é um grande barato.   

8.      A trajetória do Trilho e a tua são marcadas pela presença do teatro político sendo influenciado pelo teatro e teorias de Brecht. Quando descobriu Brecht e qual a real importância dele no seu trabalho e na sua identidade? 

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As Criadas. Direção Bruna Immich. Foto: Kiran

Descobri de fato o Brecht durante o segundo semestre na Uergs. Eu fui morar em Montenegro e vivia para o curso. Virei rato de biblioteca. Li todas as suas peças. Li inicialmente como um curioso, mas desde o inicio eu me interessei muito pela sua obra. Ele tocava em assuntos que me interessavam, e que até então eu não tinha visto muito no teatro. Aos poucos fui me aprofundando mais sobre o seu trabalho, suas teorias. Não sou um especialista em Brecht, tenho muito ainda que conhecer sobre o seu trabalho, mas ele realmente me instiga e me interessa.  

9.      O grupo Trilho carrega em seu nome “Teatro Popular”, ou seja, Grupo Trilho de Teatro Popular. Como você enxerga e pratica este “teatro popular” dentro do grupo e como define este termo em seu trabalho. Quais questões políticas, estéticas ou sociais permanecem na cena atual?  

Bom, teatro popular é um termo bem complexo e até perigoso, pois ele pode significar muitas coisas. Dentro do Trilho, é até bem claro o porquê dele no nome. É “popular” primeiro por que trabalhamos na periferia de Porto Alegre. Em segundo lugar por que pensamos em ações que tenham um cunho sócio-político, que a arte tem como função colocar em dúvida esse sistema desigual em que vivemos, criticá-lo nos mais diversos âmbitos da sociedade. Acho que tem uma frase do Brecht que resume muito bem essa questão: “A arte deve optar, pode se transformar no instrumento de alguns que diante da maioria assumem um papel de deuses e do destino ou pode aliar-se a grande maioria transformando-se em arma a serviço do povo”. A nossa estética, poética e ética está totalmente interligada com esse pensamento.           

10.  Como se dá o processo de trabalho do Grupo Trilho? Quais são suas principais influências?  

Como eu disse anteriormente o processo de trabalho do grupo é meio mutante, se modifica na medida em que achamos necessário, mas sempre democrático, sem estabelecer hierarquias, baseado no coletivo. É claro que algumas coisas vão se estabelecendo naturalmente. Um exemplo é justamente as influências do Trilho. A sua principal influência é o Bertolt Brecht, mas cada integrante carrega consigo as suas influências, que acabam afetando os outros integrantes, numa reação em cadeia. E nessa amálgama toda vou citar alguns nomes que me influenciam e que de alguma forma influenciam o Trilho também: Grotowski, Peter Brook, Augusto Boal, Oduvaldo Vianna Filho, Oi Nóis Aqui Traveiz, Cia. do Latão. 

11.  Quais profissionais gaúchos e nacionais tu destacaria, que contribuem para um teatro mais forte e engajado? (Ator/atriz, diretores, teóricos, etc...) 

Bom, pensando em engajamento, que, aliás, é uma palavra que eu não gosto, prefiro crítico, na cena gaúcha não poderia deixar de citar o “Oi Nóis Aqui Traveiz”. Outros grupos muito bacanas são a “Cia. do Latão”, “Brava Companhia”, “Teatro Máquina”. O Sérgio de Carvalho, que é diretor da Cia. do Latão, pode ser citado como um grande teórico também. Assim como a Iná Camargo Costa, a Stella Fisher (que é atriz também), a Ingrid Koudela.  

12.  Falando em política... Como você vê as políticas públicas voltadas para o incentivo da cultura em âmbito municipal, estadual e federal?   

É ruim, já foi pior, ainda tem muito que melhorar. Falta investimento, falta um critério de avaliação melhor formulado, falta diversificar as áreas de atuação, os repasses não podem atrasar, a “burrocracia” deve ser diminuída, os incentivos fiscais devem ser repensados, enfim, num país onde pessoas morrem de fome, morrem em filas de hospitais, que a educação pública é sucateada e que políticos roubam a vontade e ficam impunes, já era de se esperar que a cultura ficasse relegada ao décimo plano.  

13.  Como você enxerga a atual cena gaúcha? Quais grupos e cias têm desenvolvidos projetos bacanas e o que falta para o teatro gaúcho? 

Bastante diversificada e em expansão. Grupos do interior ganhando força como o Teatro do Clã de Montenegro e o Ueba Produtos Notáveis de Caxias, só para citar dois. Já em Porto Alegre temos alguns grupos que vem desenvolvendo um trabalho continuado que merecem atenção, alguns antigos, outros mais novos, como o Oi Nóis, a Santa Estação, o Teatro Sarcaústico, a Cia Rústica, o Grupo Mototóti, entre outros.
O que falta é os trabalhos serem mais bem aprofundados. Até por uma questão de mercado, monta-se muito rápido um trabalho, a peça cumpre uma, duas temporadas no máximo, circula durante um ano (quando muito) e deu, acabou. Vem outro prêmio para montagem e o ciclo recomeça. Não há trabalho que consiga ter um aprofundamento maior. É um problema dos financiamentos, que geralmente são para montagem e pouco para circulação ou fomento de um grupo.  

14.  Ano passado o espetáculo “O Baú – Brincanças e Lembranças” teve grande aceitação do público e critica e indicado ao Prêmio Tibicuera e você foi premiado como Diretor e Dramaturgo. Como você recebeu estes prêmios e se prêmios como este ajudam em alguma coisa? 

Eu fiquei muito feliz e surpreendido com os prêmios. O prêmio de dramaturgia até tinha uma esperança, mas diretor eu era o azarão. Quando a gente começa um trabalho não pensa em prêmios, se vai agradar, se está adequado para isso. Porém ganhar um prêmio é muito bom, dá um “selo de qualidade” para o trabalho, é um reconhecimento. O grupo ficou um pouco mais conhecido, a peça, e eu também. Sabe que depois dos prêmios muitas pessoas, amigos, conhecidos, já fizeram essa pergunta, e eu sempre respondo brincando: “Antes eu era um Zé-Ninguém... Agora eu sou um Zé-Ninguém premiado!” 

15.  Quais os teus próximos projetos junto ao Trilho? Nova temporada e novos espetáculos? 

O principal objetivo por enquanto é fazer o Baú circular. Temos uma nova temporada no Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana (26/05 a 24/06, sábados e domingos, 16h) e algumas apresentações agendadas.
Estamos tentando manter uma tradição que é no aniversário do Ferrinho fazermos uma programação de apresentações lá no espaço, que batizamos de “Estação Ferrinho”. Em 2010 foi muito bacana, foram 5 dias de apresentações, seminário, coquetel, show de música. 2011 estávamos em plena temporada e não conseguimos fazer um evento tão grande, mas não deixamos passar em branco. Este ano queremos retomar pelo menos os mesmos 5 dias de 2010.
E também estamos treinando algumas vezes, lendo coisas, com calma, talvez daí surja algo novo. Por enquanto novo espetáculo mesmo só no plano das idéias, não temos ainda uma previsão para um novo trabalho.   

16.  O que te faz ESCAPAR tratando-se de teatro?  

Assistir a uma boa peça, estar num processo de criação e participar de uma boa oficina de teatro. Aí eu escapo, pra bem longe! 

17.  Alguma vez já pensou em desistir? 

Já, muitas vezes. Mas daí me dou conta que não sei fazer outra coisa, então desisto de desistir.  

Cleo e Clea
Cleo e Clea. Direção Heitor Schmidt

18.  Futuro?

Estar com o Trilho, bem constituído, com o nosso espaço, o Ferrinho, a pleno vapor, dirigindo, atuando, escrevendo, ensinando, aprendendo. Tenho vontade também de experimentar outras linguagens, como cinema e dança e tudo mais que esse tal futuro possa me reservar.  

19.  Gostaria de deixar algo especial para encerrar esta entrevista?  

Gostaria de agradecer muito o teu convite, foi uma experiência muito legal. Quem quiser conhecer mais sobre o Trilho, acessa www.grupotrilho.com.br

E pra finalizar uma frase do mestre Bertolt: “De todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida”.

domingo, 18 de setembro de 2011

Olhares sobre o Baú - Fábio Castilhos


“O Senhor K. preferia a Cidade B à Cidade A. (...) Na cidade A as pessoas me diziam útil; mas na cidade B eu era necessário.” (Bertolt Brecht)

Partimos para a construção do espetáculo “O Baú – Lembranças & Brincanças” por necessidade. Necessidade de educadores que somos; de tentar compreender essas crianças que convivemos diariamente. Necessidade de trocar com as crianças que iam assistir as peças no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho. Necessidade de montar um trabalho que pudéssemos levar adiante. Necessidade de se apaixonar por um processo, de se divertir, de brincar, de falar coisas importantes sobre a infância, a criança, sobre nós.

Fábio Castilhos


“De todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida” (Bertolt Brecht)

Desde junho de 2010 falávamos sobre montar algo para o público infantil. Em dezembro decidimos que o próximo trabalho seria infantil. Começamos nossas buscas. Fomos assistir filmes, ler livros, peças de teatro, tudo para este público. Em primeiro de fevereiro de 2011 começamos os ensaios, sem ter nada de referência. Improvisos, brincadeiras, começamos por aí. Já que não encontramos algo na obras destinadas as crianças, buscamos referências em materiais sobre a infância. Documentários como “Criança: A Alma do negócio” e “A invenção da infância” fizeram a gente refletir. Alguns livros da Fanny Abramovich como “Quem educa quem” e “O estranho mundo que se mostra as crianças” também mexeram com os nossos cérebros e corações. Redescobrimos a Mafalda do Quino, e de umas coisinhas daqui, outras dali, misturamos com lembranças da nossa infância. De toda essa misturança nasce um trabalho sobre a criança, a infância, para as crianças, mas também para os adultos recordarem, relembrarem de suas infâncias e refletir sobre a infância de hoje, para pensarmos como estamos cuidando, educando essa nova geração.        

domingo, 14 de novembro de 2010

Bom tom?


Fazer teatro, trabalhar com arte no Brasil não é tarefa fácil. O tal do mercado cultural, a indústria, é para poucos e são muitos os que fazem arte na garra, na teimosia. Com certeza a situação vem melhorando, há anos atrás era muito pior, menos verba, censura, ditadura, enfim, eram maiores os percalços para os artistas. Isso, porém, não diminui o mérito dos artistas de hoje, principalmente daqueles que não se entregam ao simples comércio de arte.
Falo isso porque aconteceram recentemente dois fatos em Porto Alegre que me fazem refletir sobre a dificuldade imposta aos artistas, e ainda por cima aproxima-se perigosamente com a época da ditadura. Primeiro, no dia 16 de outubro o grupo de teatro Levanta Favela foi interrompido pela polícia em plena esquina democrática, e agora, 12 de novembro, na Feira do Livro, a poeta e escritora Telma Scherer também é interrompida e detida pela Brigada Militar enquanto fazia uma performance.

Quais são os reais motivos para esses atos de repressão por parte da Brigada? Distúrbio público? Não ter autorização para se apresentar? Incitar perigosamente o povo? Atrapalhar a livre circulação e principalmente o livre comércio dos transeuntes e lojistas? Hum... Ainda me parece pouco... Talvez não fosse do gosto estético da nossa polícia? Quem sabe se convidássemos alguns tenentes, capitães e soldados e talvez alguns cabos da nossa Brigada para fazer parte do júri dos prêmios de arte de nossa cidade, quem sabe assim descobrimos qual é o seu gosto estético e então já não mais correríamos o risco de nos equivocar e de sermos presos por aí por um simples mal entendido estético-artístico. Seria de bom tom nosso, convidar também alguns vereadores, deputados, prefeitos, governadores, lobistas, empresários de grandes corporações, para fazer parte desse júri. Assim não teria mais equívoco, não mesmo.

Aproveito para deixar um convite a todos:

A Rede Brasileira de Teatro de Rua (RS) convoca a todos para participar do Diálogo na Esquina. Ato em repúdio ao desrespeito com os artistas, à autorização para apresentações e cobrança para utilização de espaços públicos, que pertencem a todos nós!
Dia 17 de Novembro, 4ª feira, à partir do meio-dia.
NA ESQUINA DEMOCRÁTICA, CENTRO.


Seria de bom tom que os nossos futuros jurados fossem presenciar esse acontecimento.



Fábio Castilhos
   Integrante do Grupo Trilho


Ps: Links para mais informações sobre os dois acontecidos: Levanta e Telma.
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