Em uma de nossas reuniões de grupo o foco era definir qual
seria o nosso novo espetáculo. Na conversa, decidimos que queríamos nos
aventurar, colocar nosso trabalho na rua e realizar a apresentação do nosso
novo espetáculo num local público e sem nenhuma restrição de idade e gênero.
Trabalhamos no grupo com a rotatividade na direção e essa foi a vez da Carol.
Só que a moça não se contenta com pouco e disse que queria muitos atores para
esse espetáculo. Foi onde surgiu o MEU desafio: voltar a atuar. Tive uma
resistência inicial a essa proposta devido a MINHA insegurança com o MEU
trabalho de atriz que estava há muito tempo adormecido. Entre vários argumentos
utilizados pelos colegas para me convencer, tem um que, de tão bizarro, eu
nunca vou esquecer: não vai ter luz, é de rua. Topei o desafio, claro que não
por esse argumento, mas porque estava na hora de EU ME arriscar um pouco mais.
Iniciamos o processo nos encontrando para ler textos,
debater sobre filmes e até ai estava tudo muito confortável, mas foi quando a
Carol deu a primeira tarefa de férias que comecei a ter consciência do que
vinha pela frente. A tarefa era montar uma cena do nosso ponto de vista sobre o
egoísmo. Foi quando a MINHA insegurança começou a agir. Juntei alguns textos
que queria utilizar, pensava em várias propostas de cena e nada me agradava.
Como eu estava até há pouco com esse relato. Corri para a Carol e ela propôs
que fossemos para a sala de ensaio juntas. Posso dizer que, quando apresentei
as propostas, a cena foi se construindo conjuntamente e as dificuldades que eu
estava imaginando praticamente não existiram, o conflito e a insegurança foram
passando e percebi que realmente o trabalho estava só adormecido e me entreguei
de corpo e alma para essa pesquisa.
No grupo, como já citado por outros colegas, temos um
trabalho colaborativo então além da Carol, durante todo esse processo tive os
olhos atentos e as críticas construtivas do Daniel, do Fábio, do Gabriel, da
Giovanna e do Sergio, além da Melissa que, volta e meia, está por perto. Essa
família Trilho fez com que hoje eu esteja mais segura com o MEU trabalho de
atriz.
Se colocarmos no papel o que realmente conseguimos ensaiar,
como boa burocrata que sou (risos), nosso processo de sala de ensaio completa
10 meses agora em maio. E, neste tempo, improvisamos muitas cenas até
conseguirmos encontrar um norte para dramaturgia. Destas cenas acho que a única
que se mantêm é a TV LED que EU amo fazer! E, neste norte, surgiu a ideia de
uma cidade fictícia onde todas as pessoas pensam no seu próprio UMBIGO. Ainda
bem que é fictícia, não é? Mas uma cidade é cheia de pessoas e no nosso caso,
cheia de personagens. E está sendo prazeroso e divertido criar e fazer a Joana,
a Carmem, a Janete, o Wellington, o lutador entre tantos outros que povoam esta
cidade!
A estreia está chegando, o coração aflito, os nervos à flor
da pele, mas tenho certeza de que nosso trabalho está consistente e acredito
que estamos prontos para mostrar o nosso UMBIGO.
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