quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quem ousa dizer: jamais!

Amo e odeio o teatro... Ele é sincero e isso é generoso e cruel. Ele me exige atitude e crítica. Atitude nem sempre é fácil de tomar, aprender no erro também não... É preciso a humildade que às vezes me falta. Para descobrir, que é com o outro que me encontro. É perceber cumplicidade nos trilhos tomados, se reconhecer nas dificuldades dos seus. Ser ação e reação na busca por outra forma de viver, de visualizar, de agir. Por isso ele é estonteante, por isso a luta, mesmo perdendo tudo parece um espetáculo, que atraí... Gera curiosidade e o princípio da dúvida.

Estranhar o habitual e fazer habitual o estranho... Quem ousa dizer jamais? Se a opressão permanece a quem se deve? A quem se deve se for esmagada?

Saí preguiça!!!! Que o que está em jogo me é valioso... O certo não está certo, assim como está não pode ficar! Cá estamos nós de novo!! Quantas eleições mais?

Saí preguiça!!! Por que não é apenas votando que vou garantir o que me é valioso e sim me encontrando nos olhos do outro e com ele dividindo a responsabilidade de aprender a estar de acordo... Isso é política, isso nos é valioso e isso nos tiram a cada segundo.






Caroline Falero

domingo, 22 de agosto de 2010

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir

Fato ocorrido em julho deste ano.
 
 
Hoje, 4:30 da manhã me dirigi ao Posto de Saúde Modelo da capital para chegar na fila em tempo de conseguir lugar que me garantisse adquirir ficha para  atendimento com clínico geral a fim de tratar uma infecção urinária.  Havia lá gente desde 02:30 h, sem novidades... Boa parte das pessoas que moramos nesta renomada capital já assimilamos mecanismos dos mais variados para driblar a escuridão da madrugada, o gelo de julho (não é que doença gosta do frio gaúcho?)  e alguma contingência  qualquer e, nessa rotina a solidariedade derivada, quem mora perto busca café para todos, quem traz jornal volta sem ele,  quem fica guarda lugar de quem sai mas volta, quem tem horas diz, quem sabe informa,  quem não ajuda não atrapalha.  Mas já havia dado no jornal e aconteceu, choveu. Uma forte chuva desabou o céu às 05:20 em Porto Alegre.
 
Na foto do celular umas pessoinhas molhadas, de longe, nada perto do que se vê por aí - crianças horas a fio em filas de hospitais, velhos terminais sem vaga para internação, alguns médicos-deuses com o “destino” das pessoas nas mãos porque ALGUN$ meteram as mãos nos recursos, de tudo. Mas dando um zoom, lá estavam : Angela Maiato, Libero Maiato, Neli Campidelli, Margarida De Jesus, Elisabete Borba, Jorge Lopes Goulart, Júlio Plínio Teixeira, Ariovaldo Medeiros, Marta Quintana Mandatare, Danilo Batista Vieira, Ramão Padilha, Eloina Flores,  Julio Cabral, Paulo Diehl, Maria Idalina, Rosalina  da Silva, Osmar Teixeira, Williams Monteiro, Ivone dos Santos, Nair da Silva, Antonio Oliveira, Lígia Castro, Renildo Moura, Neli Cabral, Thales Prado, Zilca Gollo, Beatriz Limberguer, Lisandro Suslia, Luis Alves, Neusa R,. Santos, Ana Campo.
 
Aquelas tinham 70, uma 77, outro um marca-passo, eu não poderia molhar-me, ninguém poderia molhar-se.  Mas o guarda responsável pela segurança do posto negou-se a acolher-nos no local alegando orientação superior. -Tudo bem amigo, entendemos, entre em contato com seu superior e haja rápido, pois os velhos estão ensopando. Foi negada a abertura do saguão, desta vez não entendemos.
Adentrar madrugadas para garantir um serviço público e universal já é no mínimo ultrajante quando sabemos que o dinheiro de todos e de cada um é desviado, transviado e qualquer coisa que se possa imaginar - que se tolere esta situação como única possibilidade para conseguir assistência não naturaliza ou dignifica este estado de coisas – ser deixad@s  na chuva intensa e ter o acesso negado a um estabelecimento público esgotou a paciência de tod@s, só a paciência, pois continuamos molhados até 07:20 hora em que se abriram as portas.
 
Registrei queixa junto à administração do posto e à Prefeitura de Porto Alegre, que deveria propiciar estrutura e orientação 
aos postos evitando a gladiação entre usuári@s e funcionári@s, temos direito a não padecer cada vez que seja necessária utilização do serviço, qualquer argumento terrorista que minimize o fato extrapolando a bárbara realidade da saúde pública na cidade, no Estado e no país, não atenua o senso de dignidade e respeito que, sabemos, merecemos em tudo.


Ana Campo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Manifesto

Reunião após reunião. Pensa, discute, analisa, demanda, encaminha, discute! Vamos criar um manifesto? Ué, por quê não?

E aí está, depois de escrever, reescrever, discutir, rediscutir, finalmente é lançado oficialmente o Manifesto do Grupo Trilho de Teatro Popular!

"multiplica, pois tudo é relação ampliada, borbulhada, discutida, analisada,
desestabilizada, redimensionada no encontro tão necessário entre
espectadores e atores,

pela arte transgressora e necessária,


como crianças brincantes, transgredindo a sociedade por meio da diversão e

da inocência"

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