quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E se? - Estação Ferrinho 47 anos

Pintado, decorado e com os corredores fervorosos o Ferrinho começou ontem a comemorar seus 47 anos fazendo jus à sua causa, a cultura popular.

Oriunda de oficinas de teatro popular, formada em teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e antiga hóspede do Ferrinho, Josiane Acosta nos contou estórias carregadas do ludismo que caracterizam as culturas ancestrais de povos ao redor do mundo, neste caso a fértil produção popular de diversos povos africanos. E se Africa? estreou ontem ali, no lugar onde durante todo o ano, pessoas dos bairros mais distantes da capital e seus arredores, nos juntamos aos ativistas do Humaitá, movidos por um mesmo motor: E se evitássemos que o prédio fosse derrubado para que o terreno sirva de estacionamento a caminhões? E se promovêssemos discussões que propiciem acesso de todos os moradores à participação popular? E se apresentássemos peças de teatro para que as escolas pudessem aproveitar-se de maneira saudável da educação que esta arte pode fornecer?

Josiane já estava no camarim quando desci para fotografar os alunos da Escola Vereador Antonio Giúdice, os quais haviam utilizado transporte cedido por consórcio que requisitamos de maneira gratuita (sempre coerentes com nossa Estética da Chinelagem!). Surpresa minha quando, através da lente, me deparo com Marcelo, amigo de Josi de longa data. Marcelo não sabia, muito menos eu, ele era o motorista que fez o trajeto da escola até o Ferrinho. De quebra viu a apresentação de sua grande amiga. Quando a causa é nobre o universo parece conspirar a favor, essa fé acompanha @s amig@s do Ferrinho e seu Hélio nosso dirigente vitalício.

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As mais de oitenta pessoas que se acomodaram para ver a contação ouviram atentamente cada uma das histórias cujas ilustrações eram perpassadas por alegrias, tristezas, fé na vida, resignação. Talvez a mais comovente, o consenso, tenha sido a narrativa de Okipija, moça de beleza estonteante - assim como a atriz que a representou- que a ser cortejada por todos os homens que a viam, encantou-se por peixes que travestidos em três homens pediram a seu deus a graça de concebê-la. Ao descobrir a sina, a música ecoou e ela aprofundou-se nas águas: O mar que esconde cada passo... Mas o fim desta história agradou, Okipija no mar viveu e conta-se que lá, os peixes têm características parecidas com as dos homens.

Finalizado o espetáculo a conversa que duraria dez minutos, estendeu-se por quase meia hora, com ampla participação e questionamentos dos mais interessantes e curiosos.

Podemos dizer que começamos mais do que bem a agenda que até domingo promete emocionar e debater a cultura, a arte, o ser humano.



Ana Campo

Colaboradora do Grupo Trilho

2 comentários:

  1. GENTE, ADOREI PARTICIPAR DA "ESTAÇÃO FERRINHO 47 ANOS" QUE A SEMANA SEJA DE SUCESSO!BELO TEXTO ANA!!!
    SÓ CORRIJAM O NOME DA ATRIZ, POIS NÃO É JOSEANE E SIM JOSIANE ACOSTA.
    BEIJÃO A TODOS E TODAS!

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  2. Ops! Desculpa, nome arrumado!!!
    Muito obrigado Josi, foi ótima a sua participação.

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