terça-feira, 27 de maio de 2014

Umbigo e Aniversário de 8 anos

Neste final de semana que passou estreamos o espetáculo Umbigo. Foi um imenso prazer compartilhar esse trabalho com os espectadores e ter visto na plateia um bocado de amigos nos assistindo. E já estamos ansiosos para o segundo e último final de semana da temporada de estreia. Sexta, dia 30/05, às 12 horas, na Praça da Alfândega. Sábado e domingo (31/05 e 01/06), às 15 horas, na Redenção próximo ao chafariz. 

Foto: Melissa Dornelles


E no dia 05 de junho começamos a programação de aniversário de 8 anos, na Sala Álvaro Moreyra, com o bate-papo "Teatro de Grupo ou Grupo de Teatro: A função do teatro na atualidade". A programação segue com a apresentação do espetáculo O Baú - Lembranças & Brincanças. 



Na semana seguinte tem a oficina Saída de Emergência, no dia 12/06 e nos dias 13, 14 e 15/06 tem apresentação do espetáculo O Homem Mais Sério do Mundo.

Te esperamos lá!

terça-feira, 20 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Giovanna Zottis

Agora é a minha vez de falar sobre esse processo: o M.E.U. Umbigo! E tentarei aqui, caro leitor, ser o mais clara possível. Mas, confesso que já estamos há tanto tempo mergulhados neste nosso Umbigo, que temo estar falando umbiguês como se fosse português.

Já há algum tempo o Trilho manifesta a vontade de ir para a rua. Na época de “A Decisão” chegamos a comentar sobre a impossibilidade de ser esse um espetáculo de rua e sobre as características que pensávamos que um espetáculo de rua deveria ter. Vieram depois os infantis “O Baú- Lembranças & Brincanças” e o “O Homem Mais Sério do Mundo”, ambos em palco italiano. E, até então, as idas à rua aconteceram em forma de intervenções e esquetes.

No final de 2012, já falávamos que o próximo espetáculo seria de rua (como quem diz: agora tem que ser!). E, ao mesmo tempo que se disse rua, já ouvimos a Carol dizer: eu dirijo (como quem, jogando Rondon, diz: eu pego!).
A temática EGOÍSMO já estava lançada e a palavra UMBIGO já cercava nossas mentes, ainda que incertos de que esse seria o nome.



Em 2013, começamos os nossos E.U.  (abreviação que usava na minha agenda para marcar os dias de Ensaio do Umbigo). Esta abreviação também chegou a ser cogitada como nome para a peça e ainda houve diversos desdobramentos sobre o que poderiam significar essas duas letras... tantos, tantos e tantos que chegamos até em Esquizofrenia Urbana (?) - sem que esse fosse seriamente cogitado.

Olhos atentos pelas ruas, para falar dos egoísmos coletivos, tão claramente presentes nas grandes cidades. Olhos atentos no grupo para perceber e apontar os nossos egoísmos. E o mais difícil, olhos atentos aos nossos umbigos, para se auto perceber e aceitar os apontamentos.

E começamos assim, sempre após Esticar os Umbigos (referencia as sessões de alongamento), e após a meditação do coração, trazendo para as improvisações essas nossas observações.


Desde então, muita coisa aconteceu para que chegássemos a essa proposta que está agora prestes a estrear. Estamos todos grávidos, chegando ao final de uma longa gestação, com dores, inchados e cheios de expectativas. Por vezes querendo que nasça logo, por vezes querendo segurar o máximo que der dentro da barriga, com medo de tudo que virá após o nascimento! Quero um parto humanizado, e respeitar o tempo necessário para se fazer o corte do cordão Umbilical! Sabendo que o nascimento é o primeiro passo, estou contando com os amigos para um crescimento saudável e com o retorno do público, para que assim o espetáculo seja lapidado.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Gabriel Gorski

Olá, meu nome é Gabriel Görski da Rocha, tenho 25 anos e estou sem fumar a 5 minutos. Obrigado.

Agora que a gente já se conhece um pouco eu tenho que escrever aqui o meu ponto de vista do processo do espetáculo Umbigo. Primeiramente, já me desculpando, é muito difícil pra mim me expressar escrevendo, geralmente o meu vocabulário diário é composto de 10 palavras que usadas com entonações diferentes dão conta de todas as situações cotidianas, mas enfim, vou tentar...

Como músico, já participei de alguns espetáculos de teatro, mas o Umbigo é o primeiro que eu estou participando de todo o processo de criação. Nos outros trabalhos com teatro, sempre fui convidado no final do processo para executar uma parte musical que já tinha sido ou estava sendo criada por outras pessoas. Esse foi um dos primeiros desafios, o trabalho de composição e concepção musical do espetáculo. No meu trabalho musical, sempre foquei na execução, interpretação e improvisação, mesmo quando envolvia composição, era baseada em uma coisa que já existia. O Baiano, por outro lado, já é acostumado a trabalhar com composição, então acho que nosso trabalho foi se complementando com o tempo, até chegar um ponto em que a gente sentava pra compor uma música e ela vinha do inicio ao fim. Essa experiência de criação musical e de como relacionar os momentos musicais com os cênicos, esta sendo um grande aprendizado para mim.



O segundo desafio, talvez o primeiro em nível de dificuldade, é o fato dos músicos estarem em cena. O primeiro ensaio que a Carol falou, “vamo lá, caminhando pelo espaço”, eu pensei, “como assim?! Eu não vou ficar ali sentadinho tocando meu instrumento?” Foi muito difícil conseguir me soltar o mínimo só para poder participar dos jogos e exercícios de atuação, e só de ter conseguido o mínimo, eu sinto que foi uma experiência muito boa para o meu crescimento pessoal. Acredito que se expor sem ter medo de ser ridículo seja uma das coisas mais difíceis pra nós que vivemos em um mundo de imagens e aparências.

Como já falei em uma reunião, uma das coisas que eu admiro nas pessoas do Grupo Trilho, é que todo mundo “trabalha e não se mixa”. Essa experiência de trabalho que não envolve somente a parte artística é uma coisa que eu tenho aprendido muito com as pessoas do grupo e que eu procuro levar como experiência profissional pra mim e para os outros grupos que eu trabalho.

Talvez eu tivesse mais coisas pra falar, mas como eu já to escrevendo nos 45 do segundo tempo e o Fábio já veio me cobrar o texto pelo facebook, vou mandar assim mesmo.
Até mais !

O Homem Mais Sério do Mundo no 9º Festival Palco Giratório

É hoje! É hoje!

O Homem Mais Sério do Mundo, apresenta, na Sala Álvaro Moreyra, às 16 horas, dentro da programação do 9º Festival Palco Giratório Sesc/Poa, a sua tão renomada tese de que todos os animais podem voar e sonhar, inclusive o homem e o palhaço!



Corre lá e garante um ingresso!

domingo, 18 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Bruna Immich

Em uma de nossas reuniões de grupo o foco era definir qual seria o nosso novo espetáculo. Na conversa, decidimos que queríamos nos aventurar, colocar nosso trabalho na rua e realizar a apresentação do nosso novo espetáculo num local público e sem nenhuma restrição de idade e gênero. Trabalhamos no grupo com a rotatividade na direção e essa foi a vez da Carol. Só que a moça não se contenta com pouco e disse que queria muitos atores para esse espetáculo. Foi onde surgiu o MEU desafio: voltar a atuar. Tive uma resistência inicial a essa proposta devido a MINHA insegurança com o MEU trabalho de atriz que estava há muito tempo adormecido. Entre vários argumentos utilizados pelos colegas para me convencer, tem um que, de tão bizarro, eu nunca vou esquecer: não vai ter luz, é de rua. Topei o desafio, claro que não por esse argumento, mas porque estava na hora de EU ME arriscar um pouco mais.

Iniciamos o processo nos encontrando para ler textos, debater sobre filmes e até ai estava tudo muito confortável, mas foi quando a Carol deu a primeira tarefa de férias que comecei a ter consciência do que vinha pela frente. A tarefa era montar uma cena do nosso ponto de vista sobre o egoísmo. Foi quando a MINHA insegurança começou a agir. Juntei alguns textos que queria utilizar, pensava em várias propostas de cena e nada me agradava. Como eu estava até há pouco com esse relato. Corri para a Carol e ela propôs que fossemos para a sala de ensaio juntas. Posso dizer que, quando apresentei as propostas, a cena foi se construindo conjuntamente e as dificuldades que eu estava imaginando praticamente não existiram, o conflito e a insegurança foram passando e percebi que realmente o trabalho estava só adormecido e me entreguei de corpo e alma para essa pesquisa.



No grupo, como já citado por outros colegas, temos um trabalho colaborativo então além da Carol, durante todo esse processo tive os olhos atentos e as críticas construtivas do Daniel, do Fábio, do Gabriel, da Giovanna e do Sergio, além da Melissa que, volta e meia, está por perto. Essa família Trilho fez com que hoje eu esteja mais segura com o MEU trabalho de atriz.

Se colocarmos no papel o que realmente conseguimos ensaiar, como boa burocrata que sou (risos), nosso processo de sala de ensaio completa 10 meses agora em maio. E, neste tempo, improvisamos muitas cenas até conseguirmos encontrar um norte para dramaturgia. Destas cenas acho que a única que se mantêm é a TV LED que EU amo fazer! E, neste norte, surgiu a ideia de uma cidade fictícia onde todas as pessoas pensam no seu próprio UMBIGO. Ainda bem que é fictícia, não é? Mas uma cidade é cheia de pessoas e no nosso caso, cheia de personagens. E está sendo prazeroso e divertido criar e fazer a Joana, a Carmem, a Janete, o Wellington, o lutador entre tantos outros que povoam esta cidade!


A estreia está chegando, o coração aflito, os nervos à flor da pele, mas tenho certeza de que nosso trabalho está consistente e acredito que estamos prontos para mostrar o nosso UMBIGO.

sábado, 17 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Sergio Baiano

Olá telespectadores, leitores e seguidores do blog do Grupo Trilho! Estou aqui para contar a história da minha vida! Ou pelo menos a parte dela que entra em intersecção com o processo do espetáculo Umbigo. Durante o processo eu usei muito a desculpa “eu não sou ator” quando eu queria que não me exigissem muito de algum exercício, jogo ou improviso que me era proposto e que eu sentia dificuldade. Por uma questão de coerência e unidade, vou dar a mesma desculpa aqui dizendo que não sou escritor. Resolvi então que não me ateria muito a forma da maneira que vou contar, sem me preocupar com um fio condutor ou com os temas se encadeando e coisa e tal. Não por escolha estética mas por falta de técnica e tempo mesmo. Pode ser que fique um pouco confuso, mas creio que o leitor sincero e interessado há de compreender o âmago daquilo que quero transmitir.

Inicialmente a ideia de estar em cena me trazia um certo receio como músico, entretanto eu confiava que com o tempo isto iria se tornar mais natural e eu ficaria menos inseguro, e a perspectiva de ficar menos inseguro me animava. Confesso que minhas dificuldades eram enormes nas dinâmicas e jogos de improviso. Era difícil me mexer, me expor. Mas é muito bom trabalhar com o corpo. Músicos deviam tentar mais isso. Lembro com certa nostalgia das manhãs de ensaio em 2013 ainda no Ferrinho. Iniciavam lentas e preguiçosas, mas quando terminavam eu saia renovado e energizado para continuar o dia.

As vivências dos ensaios do processo de criação deste espetáculo, dialogaram constantemente com processos particulares meus de autoconhecimento que ocorriam paralelamente. A vida para mim é uma espécie de laboratório em que eu posso observar as coisas que me acontecem e a forma como eu reajo a elas, e usar estas observações para compreender melhor a mim e ao universo, e os ensaios eram como uma espécie de laboratório intensivo de vida, pois sempre havia coisas para analisar e observar de mim mesmo.



Desde o início do processo foi estabelecido que como os músicos estariam em cena, teriam que participar também dos encontros e treinamentos com os atores, para ser exercitado a questão de presença cênica, energia do corpo e essas coisas aí que eles fazem. Esta participação seria necessária também para que a gente fosse mais do que só colaboradores que iriam fazer a música depois de o espetáculo já pronto. A experiência de estar participando dos jogos, aquecimentos e improvisos com os atores foi algo que teve um grande valor no meu desenvolvimento pessoal. Estar em grupo sempre é um grande exercício, e estar se expondo e trabalhando com a energia corporal foi algo que certamente contribuiu muito para o meu desenvolvimento pessoal neste período.

Tenho uma certa prática com processos criativos devido a minha graduação em composição em que passei os quatro anos exercitando-o e observando-o, trabalhando diariamente em composições e apresentando o progresso do trabalho semanalmente nas aulas de composição. Entretanto, no  processo do espetáculo Umbigo tive uma experiência nova em dois aspectos: por ser um processo coletivo, e por se estender ao longo de mais de um ano.
Primeira vez que participo de um processo criativo tão longo. Foram aproximadamente 17 meses, desde as primeiras reuniões até a estréia que será neste fim de semana. Um processo criativo é sempre uma aventura por dentro de si mesmo, e este foi especialmente assim por se tratar de um processo coletivo.
 
Pude observar ao longo dos ensaios os meus diversos estados de energia física e psíquica e esta observação foi muito rica para esta minha pesquisa de estar vivo. Alguns dias sentia meu corpo cheio de calor e energia, de forma que não conseguia ficar parado e tinha que ficar pulando ou mexendo o corpo o tempo todo, enquanto em outras ocasiões me movimentar era um grande sacrifício. Da mesma forma enquanto algumas vezes expressões, falas e reações brotavam de forma mais instantânea, outras vezes parecia que havia uma grande barreira invisível entre mim e o mundo  fora dos limites do que pode ser considerado eu.


Acho que a princípio era isso que eu tinha pra falar da minha experiência neste processo, e para concluir quero dizer que não sou escritor, portanto me dou ao direito de não fazer uma conclusão decente.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Programação de 8 anos

Em junho nós comemoramos 8 anos de existência, resistência, teimosia e utopia! E de muita arte, é claro. E para celebrar preparamos uma programação pra lá de especial que começa no dia 23 de maio e se estende até o dia 15 de junho!

No dia 23 de maio estreia o espetáculo de rua Umbigo. A mini-temporada vai até o dia 1º de junho, às sextas na Praça da Alfândega, às 12 horas. Sábados e domingos na Redenção, próximo ao chafariz, às 15 horas.



A partir do dia 05 de junho o Trilho invade a Sala Álvaro Moreyra. No dia 05, às 20 horas acontece o bate-papo "Teatro de Grupo ou Grupo de Teatro: A função do teatro na atualidade", com a presença do professor Carlos Mödinger, do Coordenador de Artes Cênicas Breno Ketzer, Sandro Marques do Levanta Favela e Marcelo Militão do Grupo TIA.

Nos dias 06, 07 e 08 de junho tem apresentação de "O Baú - Lembranças & Brincanças". Sexta agendamento de escolas, sábado e domingo, às 16 horas. E para comemoração ficar ainda maior no domingo dia 08 chegaremos a 100ª apresentação do Baú!!!

Dia 12 de junho tem a oficina "Saída de Emergência", às 15 horas! Um grande passeio de palhaços que vem ficando cada vez maior. Este oficina acontece desde o início do ano, uma vez por mês, e o número de participantes não para de crescer!!!

Nos dias 13, 14 e 15 tem apresentação de "O Homem Mais Sério do Mundo". Sexta agendamento de escolas, sábado e domingo, às 16 horas.

E além de tudo isso, no dia 13 a festa vai rolar! Será na Casa de Teatro, com show das bandas que os músicos do grupo fazem parte: "Mezcolanza" e "TheFreakin'FunkyFunkers". E depois dos shows ainda tem a discotecagem do DJ Fernando Zugno da Rádio Elétrica!

Ufa! É programação que não acaba mais! Te agenda e venha comemorar conosco!!!    

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Fábio Castilhos

Para falar sobre o processo do espetáculo Umbigo, resolvi encarar-me de frente numa auto entrevista.

Fábio: O Grupo Trilho de Teatro Popular está estreando o espetáculo Umbigo, como está sua expectativa?

Castilhos: Estou bastante ansioso. Foi um longo processo, mais de um ano, está na hora desse trabalho nascer. Tivemos momentos de prazer, de criatividade, mas também de crise e dificuldades. Acho que todo trabalho criativo passa por isso, né? E no Trilho o processo é muito importante, essa questão da criação coletiva. Apesar de que nos últimos trabalhos estamos experimentando o que alguns chamam de criação colaborativa, ou seja, cada um tem uma função. Coletiva ou colaborativa, tanto a faz, o que eu percebo é que percorremos um caminho mais tortuoso, mas no fim acho que mais satisfatório também, pois todos os envolvidos estão imbuídos do trabalho, o resultado final tem a cara, e o dedo, de cada um de nós. É um processo criativo e também de aprendizagem, de autoconhecimento. Estamos falando de egoísmo, e não tem como não se confrontar com o seu e repensar suas atitudes.

Fábio: Falando em criação coletiva ou colaborativa, nas funções de cada um, eu sei que neste trabalho tu estás atuando e também como dramaturgo. Como é exercer essas duas funções?

Castilhos: Então, é a segunda vez que fico responsável pela dramaturgia. A primeira foi no Baú – Lembranças & Brincanças, no qual eu dirigi também. Nessa primeira ocasião, as funções eram complementares, mais próximas. Já no Umbigo não. Tive o trabalho de me distanciar, para cada função. Foi mais difícil. No Baú, a dramaturgia foi criada quase toda em sala de trabalho. No Umbigo, bastante coisa foi criada nos ensaios, mas eu tive a oportunidade de escrever mais. Tive mais esse trabalho prévio de escrever cenas, canções, situações para serem improvisadas. Foi um processo diferente.



Fábio: E os próximos projetos?

Castilhos: Agora é focar na estreia do Umbigo. Já fizemos alguns ensaios abertos com público e a recepção foi muito legal, mas estreia é estreia! Então é o momento de utilizar toda a energia possível para essa reta final. E sentir como vai ser a troca com o espectador, com os espaços que vamos apresentar. Ah, tem o aniversário de 8 anos do grupo, que comemoramos em junho e que a estreia do Umbigo já faz parte das comemorações. Em junho faremos apresentações dos nossos dois espetáculos infantis: O Homem Mais Sério do Mundo e O Baú – Lembranças & Brincanças, além de outras atividades. Então é isso, focar nessas duas coisas.

Fábio: E o que tu destacarias no Umbigo?

Castilhos: Que pergunta difícil, hein? Não sei, o espetáculo como um todo, chegamos num resultado que me agrada muito. Porém, se tem que destacar alguma coisa, eu destaco então as músicas, o espetáculo é quase um musical (risos), destaco também os figurinos da Margarida (Rache), que são um espetáculo à parte. E as minhas cenas, é claro!

Fábio: Imaginei... (Risos) Muito obrigado por conceder essa entrevista, foi um prazer!


Castilhos: Que isso, o prazer foi meu!

terça-feira, 13 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Caroline Falero

SUJEIRA DE UMBIGO – De pesquisador a objeto de pesquisa

Nossa pesquisa para o espetáculo UMBIGO, começou no final de 2012. EU mostrei interesse em assumir a posição de diretora, principalmente porque definimos que o próximo trabalho seria para a rua. Esta linguagem ME fez querer muitas pessoas em cena, trabalhando a boa e velha comédia que é marca registrada do Grupo Trilho de Teatro Popular e uma das características mais marcantes na MINHA atuação. A posição de diretor nos dá a possibilidade de propor um tema ao grupo. Na MINHA cabeça estava muito presente a corrupção, mas não era bem sobre isso que EU queria falar, não era esse o tema. Corrupção era a consequência. 

Comecei a pensar no que leva as pessoas a cometer – primeiramente - grandes atos egoístas, como usar para si o dinheiro de fiéis, como roubar dinheiro público, como matar famílias em um acidente de trânsito por estar alcoolizado ao volante, por exemplo. Pensava nessas situações, mais abrangentes, e as tentava contextualizar para entender como aconteciam e por que aconteciam. Sobre os pequenos atos egoístas, há tantos na rua que ME irritam profundamente, me pego bufando e observando na Voluntários da Pátria as diversas figuras, o ritmo individual, “cada um no seu cada qual”, nos seus celulares, nos seus carros... eu também estou no meu celular, eu atrapalho um pouco mais o fluxo quando paro para refletir sobre tudo isso na rua lotada de gente. Nas conversas em grande grupo, chegamos ao EGOÍSMO como o objeto de pesquisa e ao universo dos editais de financiamento para conseguirmos alguma verba para montagem. EU ia experimentando escrever sobre esse novo trabalho e pensava: tô tirando do meu umbigo toda essa “filosofia” inicial.



Em novembro de 2012, começamos a nos encontrar para conversas, sessões de filmes, músicas, textos teóricos e teatrais. Em 2013, o trabalho prático foi intenso. Os atores elaboraram inicialmente cenas sobre egoísmo e os músicos composições sobre o tema. Eu parti da improvisação de situações egoístas, pois tínhamos muitas cenas que vinham de imagens, temas, lugares, objetos, além de cenas e músicas escritas por Fábio Castilhos. A visão inicial do espetáculo era como um panorama de diversas situações egoístas, sem protagonistas e sem uma cronologia definida. Trabalhávamos com a ideia da história de uma cidade, mas nada tinha foco e era difícil amarrar todo o material numa lógica dramatúrgica. Foi quando definimos os quatro personagens principais (Ricky da Silva, José Arésio, Mary Maravilha e Joana de Calcutá) e suas trajetórias que conseguimos evoluir na montagem.

A direção foi um grande desafio, queria estar mais como organizadora do material, experimentado em sala de trabalho, do que elaborar uma ideia partindo da minha visão, afinal falávamos sobre egoísmo, então não queria que nada partisse de mim e sim do grupo. Ao mesmo tempo, a responsabilidade de fomentar a criação desse material cênico era minha e me sentia extremamente insegura em relação às escolhas que fazia. Foi doloroso. É contraditório, pois quando estou atuando me sinto à vontade para pensar em elementos da direção e quando estou dirigindo minha visão de atriz é o que prevalece na forma de dirigir. Dos conflitos me lembro da parceira de grupo e amiga Melissa Dornelles dizendo: acho muito bonito essa tua ideologia de todo mundo pegar junto, mais cai na real, se tu não tomar a rédea esse trabalho não vai acontecer. Foi duro ouvir isso, mas foi importante entender que o egoísmo nunca estaria distanciado, nossas atitudes egoístas ao agir seriam mais um desafio ao longo de tudo e alguém tinha que manter a “casa em ordem”.

O maravilhoso disso tudo – há quem possa achar masoquista – é que foi um ano e meio de pesquisa para essa comédia construída do conflito e da dúvida. A única certeza é que se tratava de uma pesquisa sobre o egoísmo. O egoísmo reinava em tudo e em todos e fico orgulhosa de ver um resultado que tão bem representa esse longo processo - de pesquisadores passamos a objeto de pesquisa. O trabalho traz à cena, através de uma parábola irônica e bem humorada, nosso conflito egocêntrico durante a montagem e situações e personagens egoístas em uma cidade fictícia onde todos pensam no próprio umbigo.
Ainda bem que é faz de conta, né?  


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Meu Umbigo - por Daniel Gustavo

Oi! Como todos os processos de criação do Grupo Trilho em que participei, o Umbigo foi (está sendo) longo e repleto de momentos.  Esta característica tão nossa me dá a nítida sensação de que o trabalho se confunde com a tua vida, de que teu prazer está aliado ao fazer artístico e de que tua existência depende daquilo que levas à cena. Na minha opinião, ponto pra nós! Já não há criação sem crise e entrar em processos de dúvida faz parte do meu crescimento.

Não posso dizer que tenho sido muito ativo na concepção teórica e na construção da dramaturgia e, por outro lado, compreendo cada vez mais o que fazemos na medida em que encenamos nossos ensaios para as paredes vazias de uma sala ou, no máximo, para o olhar atento da direção. Sigo pela prática e tenho um modo todo pragmático de atuar.



Creio que nosso espetáculo vai para rua numa expectativa de se completar no durante, sentindo o ventinho do não haver três ou quatro paredes ou a presença dos ruídos da cidade de todos. Também creio que tenhamos optado pelo riso, pelo tempo cômico , para dar o nosso recado e de que essa opção nos exige a resposta do público real. Em nossos ensaios abertos, percebemos o que funciona, mas acho que nem sempre seremos felizes...faz parte. E falar para mais alguém de carne e osso, dialogando com seus suspiros, bocejos, risadas, coceiras, respiros, distrações e reações nos dá o poder do aqui e agora em mãos....isso me alegra. 

Assim como me alegra trabalhar com quem trabalho, colegas de anos e músicos de talento que incorporam ao Trilho a busca por um Grupo. Tomara que nosso teatro seja de Grupo realmente. 

Enfim, vamos refletir todos juntos!!! Hoje em dia, não dá mais para ficar passivo e acomodado, mas vou ficar contente em ver cuias de chimarrão na ativa e cangas estendidas para prestar melhor atenção. Uhuuuuu  :o)

domingo, 11 de maio de 2014

Estreia do espetáculo "Umbigo"

É com muito orgulho, satisfação e um tanto de apreensão, que no dia 23 de maio, às 12 horas, na Praça da Alfândega (Rua dos Andradas), vamos estrear nosso espetáculo de rua "Umbigo". As apresentações seguem nos dias 24 e 25 no Parque da Redenção, próximo ao chafariz, às 15 horas. Na outra sexta, 30 de maio, voltamos à Praça da Alfândega, às 12 horas e nos dias 30 de maio e 1º de junho, na Redenção às 15 horas.



O ser humano é egoísta por natureza ou essa característica é uma construção social? Intelectuais e estudiosos de todos os tempos nunca chegaram a uma conclusão. A resposta definitiva pouco importa. O ser humano consegue ser egoísta e altruísta ao mesmo tempo, conforme a situação em que se encontra. Sem querer incorrer na dicotomia certo/errado, dividindo o mundo em dois polos antagônicos, todos nós temos momentos individualistas em menor ou maior grau. Mais que respostas, o espetáculo "Umbigo" quer trazer à cena questões que reflitam sobre esse comportamento e, com riqueza de detalhes, mostrar as diversas direções por onde se pode olhar. Neste espetáculo, o Grupo Trilho de Teatro Popular utiliza-se da comicidade para falar sobre a natureza egoísta do ser humano, sobre a capacidade de “olharmos apenas para o nosso umbigo” e sobre as justificativas interessantes que podemos usar para isso.

Sinopse
Em uma cidade fictícia, onde todos seus habitantes pensam no próprio umbigo, conhecemos a história de quatro personagens: Rick da Silva Motta, Mary Maravilha, José Arésio e Joana de Calcutá que se encontram em um assalto ao Umbigo Bank. Através dessa parábola, irônica e bem humorada, é apresentada a pesquisa sobre o egoísmo humano e seus comportamentos em diversas situações.

Ficha Técnica:
Direção: Caroline Falero
Dramaturgia: Fábio Castilhos
Elenco: Bruna Immich, Daniel Gustavo, Fábio Castilhos e Giovanna Zottis
Músicos / Trilha Sonora: Gabriel Gorski e Sergio Baiano
Figurinos: Margarida Rache
Adereços: Patrícia Preiss
Agradecimento especial: Diego Ferreira, Fernando Faleiro e Melissa Dornelles

Umbigo
De 23 de maio a 1º de junho
Sexta: Praça da Alfândega, Rua dos Andradas, 12 horas
Sábado e domingo: Parque da Redenção, próximo ao chafariz, 15 horas  

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Saída de Emergência 17/05 - Inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para a Saída de Emergência a partir de hoje (09/05) e vão até o dia 16/05. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do e-mail oficinas@grupotrilho.com.br, colocando no Assunto o nome da oficina. A Saída de Emergência será no dia 17/05, das 15 às 18 horas, na Sala 309 da Usina do Gasômetro.

Sobre a Saída de Emergência
Uma aula que servirá de aquecimento para um grande passeio de palhaços. Numa aula aberta, diversos jogos clownescos serão propostos ao público em geral, finalizando a proposta com uma saída de palhaços pela Usina do Gasômetro.

A Elis já está pronta, e você?


Saída de Emergência
Dia 17/05
Das 15 horas às 18 horas 
Sala 309, Usina do Gasômetro
Ministrante: Melissa Dornelles
Público-alvo: Interessados a partir de 15 anos com ou sem experiência
Inscrições gratuitas através do e-mail oficinas@grupotrilho.com.br, indicando no Assunto o nome da oficina. 


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