sábado, 25 de junho de 2011

Ciclo de Leituras Dramatizadas de Bertolt Brecht


 Começa neste domingo (26/06), o Ciclo de Leituras Dramatizadas de Bertolt Brecht. O primeiro texto será "Quanto custa o ferro?", seguidos de "A exceção e a regra" no dia 24/07 e "A resistível ascensão de Arturo Ui" no dia 28/08.

A direção das leituras é de Plínio Mósca e o elenco é composto por Cris Neützling, Helena Brentano, José Renato, Josué Nobre, Mariana Ballardin, Paulo Cruz, Rosane Gaia e Thaís Franco.

cartaz 260611


QUANTO CUSTA O FERRO? 
     A peça é um texto de Bertolt Brecht que trata dos anos de ascensão da política nazista na Alemanha do pré-guerra. A desconstrução do país já se fazia sentir pelo culto dos valores ideológicos pregados por Adolf Hitler, o político que se estabelecia no poder.
     O público verá que faz parte da rotina de um comerciante de barras de ferro o relacionar-se com outros comerciantes locais. Sua loja é frequentada pela vendedora de sapatos, pelo vendedor de tabaco e por seus vizinhos.
     Em um pedaço qualquer da noção do Tempo, em um dia qualquer da vida, desses que sempre são desencadeados por algo que já vem acontecendo e que a gente quase nunca se dá conta, entra na loja do Sr. Svenson um cliente que transformará sua vida, não sem a sua cumplicidade silenciosa,  em um pesadelo irreversível.

Neste domingo (26/06) às 18h  - entrada  franca
Auditório da Livraria Cultura - Shopping Bourbon Country
Av. Túlio de Rose, 80 – Porto Alegre - RS


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Os que lutam

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis


Para escrever o poema Os que lutam, Bertolt Brecht pôde inspirar-se em nomes que iam de Rosa Luxemburgo a Lenin, indivíduos cujos fenômenos sociais dos quais emergiram e foram construtores, transformaram ou abalaram irreversivelmente o mundo. Para escrever tal poema B.B pôde ter se inspirado em lutadores sociais anônimos ou inclusive nele mesmo sem nenhum resquício de arrogância, apenas fazendo jus à sua própria trajetória como dramaturgo militante e exilado da Alemanha nazista.
Para acabar com o poema Os que lutam, Galvão Bueno se inspirou em outro fenômeno, Ronaldo, quando o recitou durante a transmissão do jogo de "fim de carreira" do jogador.

O dia de ontem foi de saídas, e saíram os que não tinham saída. Uma mídia preparou a despedida do número 1 da Dilma, a outra do número 1 da Brahma. 
De comum entre os 2?

Ronaldo tinha como prática jogar futebol, atividade tão legítima quanto qualquer outra, até que sua imagem como jogador de futebol  tornou-se um patrimônio muito mais rentável do que a prática futebolística a ponto de transformar-se em antítese de um esportista, o logo da cerveja. Ronaldo - o centroavante - não separou o joio da cevada e a barriga de cerveja não tardou em crescer. A mídia tinha então à disposição uma imagem informe a qual podia moldar  às jogadas publicitárias. Bertolt sabia: Um homem é um homem...

Palocci tinha como prática fazer política, atividade tão legítima quanto a de médico sanitarista, até que sua imagem como gestor público tornou-se um patrimônio muito mais rentável do que a simples prática política a ponto de transformar-se em antítese de um homem público, do bolo: a cereja. Palocci - o centroesquerda - não separou o público do privado e seu projeto não tardou em crescer. A mídia tinha então à disposição uma imagem formidável de como a socialdemocracia podia moldar-se às jogadas da classe dominante. Palocci sabia: O homem é o lobbying do homem...

Os dois profissionais valem muito no mercado, um é vendido no estádio, o outro vende o Estado. Eis os fenômenos.
Um é o que o capital precisa. O outro é o que o capitalismo precisa.
E os precisa desiguais e combinados seja por um dia, uma vida ou um ano, pois eles são
os imprescindíveis.

Ana Campo
(Super)Colaboradora do Grupo Trilho
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