Mostrando postagens com marcador Caroline Falero. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Caroline Falero. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Programação de março está no ar!
OFICINA DE CANTO COLETIVO
De 02/03 a 29/06
Quartas-feiras - das 19h às 21h
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Ministrante: Sérgio Baiano
Preparadora Vocal: Morena Bauler Chagas
Público Alvo: a partir de 14 anos
Valor da Inscrição: R$ 50,00 a mensalidade ou R$ 180,00 à vista
Inscrições: oficinas@grupotrilho.com.br com o nome da oficina no título do email.
Mais informações em http://grupotrilho.blogspot.com.br/2016/02/oficina-de-canto-coletivo.htmlhttp://grupotrilho.blogspot.com.br/2016/02/oficina-de-canto-coletivo.html
----
MÚSICA NO 5º - CARMEN CORREA
08 de março, terça-feira, às 20h
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Classificação: Livre
Duração: 60min
Ingressos no local: R$ 10 (preço único)
Mais informações em http://grupotrilho.blogspot.com.br/2016/02/musica-no-5-carmen-correa.html
----
HISTÓRIA DE CIRCO SEM LONA
GRUPO TIA – Teatro Ideia Ação/ Canoas
20 de março, domingo, às 17h
Praça Brigadeiro Sampaio (Praça do Tambor)
Classificação: Livre
Duração: 45min
Atividade gratuita com contribuição espontânea
Mais informações em http://grupotrilho.blogspot.com.br/2016/02/historias-de-circo-sem-lona.html
----
ENSAIO ABERTO NEIP
22 de março, terça-feira, às 19h
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Classificação: Livre
Duração: 60min
Atividade gratuita
Mais informações em http://grupotrilho.blogspot.com.br/2016/02/ensaio-aberto-neip.html
----
GRUPO DE ESTUDOS BRECHTIANOS
Dia 31/03, quinta-feira, às 18h30
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Orientação: Plínio Mósca e Caroline Falero
Inscrições até dia 29/03 pelo e-mail oficinas@grupotrilho.com.br com o nome da atividade no título do email.
Mais informações em http://grupotrilho.blogspot.com.br/2016/02/grupo-de-estudos-brechtianos.html
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
OFICINA DE TEATRO PARA CRIANÇAS: O JOGO TEATRAL
![]() |
foto: bárbara ferraz |
No final de fevereiro inicia este trabalho voltado para os pequenos!
A combinação entre o fazer teatral e as crianças oferece muito potencial lúdico.As crianças são divertidas, cheias de criatividade e desprendidas de quaisquer amarras sociais e físicas que nós adultos passamos a adquirir com a vida. Esta atividade busca, através de um trabalho continuado, explorar o universo infantil e as suas potencialidades criativas.
A proposta da oficina é criar um espaço no qual o participante possa manifestar sua espontaneidade e criatividade através do trabalho com jogos, com o foco no fazer teatral e na criação de cenas curtas.
Sobre a ministrante
Caroline Falero é atriz, diretora e arte-educadora Graduada em Teatro pela UERGS/FUNDARTE em 2008 e formada pela Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo (2002). Desde sua graduação passou a se dedicar ao exercício da licenciatura teatral em regiões descentralizadas da cidades e para pessoas que ainda não possuem contato com esta linguagem artística. Trabalhou como educadora junto ao projeto Descentralização da Cultura de Porto Alegre (2011 – 2014), um projeto que oferece oficinas de diferentes linguagens artísticas em regiões periféricas do município, com duração de 08 meses. Neste período desenvolveu um trabalho artístico e pedagógico nos bairros Sarandi (2011) com meninas adolescentes, na Ong Sempre Mulher; Humaitá (de 2012 a 2014) com crianças no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho; Cavalhada, com estudantes do ensino médio, na escola Roque Gonzales (2013); Santa Maria Goretti junto aoCentro de Integração Social Ocupacional para pessoas com necessidades especiais – C.I.S.O (2014). Em 2014, iniciou sua atuação junto ao projeto Mais Educação, onde desenvolve o ensino de teatro na Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre.
De 27/02 a 30/04
Sábados - das 10h às 12h
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Ministrante: Caroline Falero
Público Alvo: crianças de 06 a 12 anos
Valor da Inscrição: R$ 160 (R$ 80 por mês)
Inscrições: oficinas@grupotrilho.com.br com o nome da oficina no título do email.
OFICINA DE TEATRO PARA ADOLESCENTES
![]() |
foto: eugênio barbosa |
A oficina propõe um trabalho continuado de pesquisa da linguagem teatral, tendo como base a improvisação, o jogo teatral, as reportagens de jornais e os fragmentos de textos teatrais para trabalhar a elaboração de cenas individuais e em grupos.
Sobre a ministrante
Caroline Falero é atriz, diretora e arte-educadora Graduada em Teatro pela UERGS/FUNDARTE em 2008 e formada pela Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo (2002). Desde sua graduação passou a se dedicar ao exercício da licenciatura teatral em regiões descentralizadas da cidades e para pessoas que ainda não possuem contato com esta linguagem artística. Trabalhou como educadora junto ao projeto Descentralização da Cultura de Porto Alegre (2011 – 2014), um projeto que oferece oficinas de diferentes linguagens artísticas em regiões periféricas do município, com duração de 08 meses. Neste período desenvolveu um trabalho artístico e pedagógico nos bairros Sarandi (2011) com meninas adolescentes, na Ong Sempre Mulher; Humaitá (de 2012 a 2014) com crianças no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho; Cavalhada, com estudantes do ensino médio, na escola Roque Gonzales (2013); Santa Maria Goretti junto aoCentro de Integração Social Ocupacional para pessoas com necessidades especiais – C.I.S.O (2014). Em 2014, iniciou sua atuação junto ao projeto Mais Educação, onde desenvolve o ensino de teatro na Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre.
De 24/02 a 27/04
Quartas - das 14h às 17h
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Ministrante: Caroline Falero
Valor da inscrição: R$ 180 (R$ 90 por mês)
Inscrições: oficinas@grupotrilho.com.br com o nome da oficina no título do email.
TEATRO EM FAMÍLIA SEGUE EM FEVEREIRO!
A partir do processo de montagem do nosso primeiro espetáculo infantil, em 2011, percebemos a importância de momentos lúdicos entre adultos e crianças. Com o processo de montagem, nos foi possível perceber o cotidiano apressado em que vivemos e o quanto pode ser prejudicial tanto para os adultos e suas diversas preocupações, quanto para as crianças, que perdem a cada dia seus espaços lúdicos nas ruas e suas brincadeiras em grupo. Muitas vezes, o tempo, que os pais não podem dedicar a seus filhos, é substituído pelos presentes, pela televisão e pelos eletrônicos. A presença massiva da tecnologia ressalta a crescente falta de estímulo à imaginação e à criatividade e salienta a necessidade do encontro presencial.
Oficina que realiza um encontro lúdico de duas horas entre pais/responsáveis e seus filhos. Através de jogos teatrais e exercícios de sensibilização estimular um momento prazeroso e criativo em família, criando paralelos sensíveis e divertidos entre o universo do adulto e da criança.
Sobre a ministrante
Caroline Falero é atriz, diretora e arte-educadora Graduada em Teatro pela UERGS/FUNDARTE em 2008 e formada pela Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo (2002). Desde sua graduação passou a se dedicar ao exercício da licenciatura teatral em regiões descentralizadas da cidades e para pessoas que ainda não possuem contato com esta linguagem artística. Trabalhou como educadora junto ao projeto Descentralização da Cultura de Porto Alegre (2011 – 2014), um projeto que oferece oficinas de diferentes linguagens artísticas em regiões periféricas do município, com duração de 08 meses. Neste período desenvolveu um trabalho artístico e pedagógico nos bairros Sarandi (2011) com meninas adolescentes, na Ong Sempre Mulher; Humaitá (de 2012 a 2014) com crianças no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho; Cavalhada, com estudantes do ensino médio, na escola Roque Gonzales (2013); Santa Maria Goretti junto aoCentro de Integração Social Ocupacional para pessoas com necessidades especiais – C.I.S.O (2014). Em 2014, iniciou sua atuação junto ao projeto Mais Educação, onde desenvolve o ensino de teatro na Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre.
Dias 13, 20 e 27/02
Sábados - das 17h às 19h
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Ministrante: Caroline Falero
Público Alvo: pais e/ou responsáveis e crianças de 06 a 12 anos.
Valor da Inscrição: R$ 20 por aula (o valor equivale a 01 adulto e 01 criança)
Inscrições: oficinas@grupotrilho.com.br com o nome da oficina no título do email.
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Trilho no Café Pretexto
O Grupo Trilho foi convidado pela Ato Espelhado Companhia Teatral para participar do Café Pretexto e contar um pouco sobre a sua história.
O evento será nesta sexta dia 14, às 17h, no Vila Flores (Rua Hoffmann, 459).
É só chegar!!!
Mais detalhes no evento do facebook:
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Estão abertas as vagas para a 2ª Edição da Oficina CENA ESTRANHA
Cena Estranha, é uma oficina realizada pela atriz Caroline Falero e tem bases em sua pesquisa a cerca de elementos do Teatro Épico Brechtiano para a composição de cenas curtas. A proposta da oficina é criar um espaço no qual o participante possa refletir sobre problemáticas sociais levando-as a cena de maneira distanciada e sobre diversos pontos de vista.
Nestes encontros, serão elaboradas cenas utilizando poemas de Bertolt Brecht. O trabalho será resultado de um processo de experimentação do trabalho do ator, partindo da abordagem do Teatro Épico Brechtiano utilizada pelos integrantes do Grupo Trilho de Teatro Popular em suas montagens. No último encontro da oficina é realizado uma apresentação do trabalho seguido por um bate papo sobre o processo e a linguagem experimentada.
Serviço
Cena Estranha
Sala 503 - Quinto andar da Usina do Gasômetro
De 03 de agosto a 28 de setembro - segundas - feiras das 18h30 às 21h30
Interessados a partir de 15 anos
Capacidade: 25 pessoas
Investimento – R$ 120,00 a vista ou R$ 150,00 em 2X
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Oficina "Cena Estranha" com Caroline Falero
Aos interessados em conhecer nosso estranho lado brechtiano segue uma grande oportunidade. Sejam bem vindos!!!
Cena Estranha é uma oficina realizada pela atriz Caroline Falero e tem bases em sua pesquisa acerca de elementos do Teatro Épico Brechtiano para a composição de cenas curtas. A proposta da oficina é criar um espaço no qual o participante possa refletir sobre problemáticas sociais levando-as à cena de maneira distanciada e sobre diversos pontos de vista.
Nestes encontros, serão elaboradas cenas utilizando o texto “Os Cabeças Redondas e os Cabeças Pontudas” de Bertolt Brecht. O trabalho será resultado de um processo de experimentação do trabalho do ator, partindo da abordagem do Teatro Épico Brechtiano utilizada pelos integrantes do Grupo Trilho de Teatro Popular em suas montagens. Serão realizadas 02 apresentações gratuitas da conclusão da oficina nos dias 26 e 27/06.
OFICINA CENA ESTRANHA
De 07/05 a 25/06 - Quintas-feiras
Das 18h30min as 21h30min
Sala 503 - Usina do Gasômetro
Ministrante: Caroline Falero
Investimento R$120,00 à vista ou $150,00 em 2X
Inscrições através do e-mail oficinas@grupotrilho.com.br
sábado, 8 de novembro de 2014
Adivinha o quanto eu te amo - Descentralização
Nesta segunda-feira, dia 10 de novembro, às 19 horas, acontece o segundo dia de apresentações da Mostra de Resultados do projeto Descentralização da Cultura no Teatro Renascença. O projeto realiza oficinas artísticas em bairros descentralizados de Porto Alegre durante um período de 8 meses e este ano está completando 20 anos. O Grupo Trilho de Teatro Popular foi originado inicialmente por esta proposta municipal em conjunto com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz nos anos de 2003 e 2004.
Atualmente o Grupo mantém um vínculo com o projeto através da integrante Caroline Falero, que ministra oficinas de teatro em diversos bairros de Porto Alegre em especial no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho no bairro Humaitá, antiga sede do Grupo Trilho e lugar que, há 10 anos atrás, era ela oficinanda. Também neste ano de 2014, Caroline Falero desenvolveu um trabalho de sensibilização através da linguagem teatral na Ong C.I.S.O - Centro de Integração Social Ocupacional, que desenvolve um projeto para a socialização de pessoas com necessidades especiais.
ADIVINHA O QUANTO EU TE AMO, resultado da oficina desenvolvida no Ferrinho, é uma cena curta baseada em uma história infantil de Sam Mc Bratney, um diálogo na hora de dormir entre coelho pai e coelho filho onde se compara qual dos dois ama mais o outro. O projeto no espaço completa seu terceiro ano e a cada ano a turma reforça a importância de poder proporcionar um trabalho artístico continuado e comprometido. A cena é quase como um rito de passagem dessas meninas que antes eram crianças e agora passam para adolescência. Um teatro com poesia para manter viva a sensibilidade para temas como o amor e a família, importantes de serem reforçados na entrada dessa nova etapa da vida. Pelo segundo ano a concepção e confecção de figurinos e adereços para as mostras de resultados é de autoria da integrante o Grupo Trilho, Giovanna Zottis e este ano tendo ainda o relevante apoio das próprias alunas na confecção de seus figurinos.
Maiores informações sobre a mostra de resultados das oficinas através do blog: descentralpoa.blogspot.com/
terça-feira, 13 de maio de 2014
Meu Umbigo - por Caroline Falero
SUJEIRA DE UMBIGO – De pesquisador a objeto de
pesquisa
Nossa pesquisa para o espetáculo UMBIGO, começou no
final de 2012. EU mostrei interesse em assumir a posição de diretora,
principalmente porque definimos que o próximo trabalho seria para a rua. Esta
linguagem ME fez querer muitas pessoas em cena, trabalhando a boa e velha
comédia que é marca registrada do Grupo Trilho de Teatro Popular e uma das
características mais marcantes na MINHA atuação. A posição de diretor nos dá a
possibilidade de propor um tema ao grupo. Na MINHA cabeça estava muito presente
a corrupção, mas não era bem sobre isso que EU queria falar, não era esse o
tema. Corrupção era a consequência.
Comecei a pensar no que leva as pessoas a
cometer – primeiramente - grandes atos egoístas, como usar para si o dinheiro
de fiéis, como roubar dinheiro público, como matar famílias em um acidente de
trânsito por estar alcoolizado ao volante, por exemplo. Pensava nessas
situações, mais abrangentes, e as tentava contextualizar para entender como
aconteciam e por que aconteciam. Sobre os pequenos atos egoístas, há tantos na
rua que ME irritam profundamente, me pego bufando e observando na Voluntários
da Pátria as diversas figuras, o ritmo individual, “cada um no seu cada qual”,
nos seus celulares, nos seus carros... eu também estou no meu celular, eu atrapalho
um pouco mais o fluxo quando paro para refletir sobre tudo isso na rua lotada
de gente. Nas conversas em grande grupo, chegamos ao EGOÍSMO como o objeto de
pesquisa e ao universo dos editais de financiamento para conseguirmos alguma
verba para montagem. EU ia experimentando escrever sobre esse novo trabalho e
pensava: tô tirando do meu umbigo toda essa “filosofia” inicial.
Em novembro de 2012, começamos a nos encontrar para
conversas, sessões de filmes, músicas, textos teóricos e teatrais. Em 2013, o
trabalho prático foi intenso. Os atores elaboraram inicialmente cenas sobre
egoísmo e os músicos composições sobre o tema. Eu parti da improvisação de
situações egoístas, pois tínhamos muitas cenas que vinham de imagens, temas,
lugares, objetos, além de cenas e músicas escritas por Fábio Castilhos. A visão
inicial do espetáculo era como um panorama de diversas situações egoístas, sem
protagonistas e sem uma cronologia definida. Trabalhávamos com a ideia da
história de uma cidade, mas nada tinha foco e era difícil amarrar todo o
material numa lógica dramatúrgica. Foi quando definimos os quatro personagens
principais (Ricky da Silva, José Arésio, Mary Maravilha e Joana de Calcutá) e
suas trajetórias que conseguimos evoluir na montagem.
A direção foi um grande desafio, queria estar mais
como organizadora do material, experimentado em sala de trabalho, do que
elaborar uma ideia partindo da minha visão, afinal falávamos sobre egoísmo,
então não queria que nada partisse de mim e sim do grupo. Ao mesmo tempo, a responsabilidade
de fomentar a criação desse material cênico era minha e me sentia extremamente
insegura em relação às escolhas que fazia. Foi doloroso. É contraditório, pois
quando estou atuando me sinto à vontade para pensar em elementos da direção e
quando estou dirigindo minha visão de atriz é o que prevalece na forma de
dirigir. Dos conflitos me lembro da parceira de grupo e amiga Melissa Dornelles
dizendo: acho muito bonito essa tua ideologia de todo mundo pegar junto, mais
cai na real, se tu não tomar a rédea esse trabalho não vai acontecer. Foi duro
ouvir isso, mas foi importante entender que o egoísmo nunca estaria
distanciado, nossas atitudes egoístas ao agir seriam mais um desafio ao longo
de tudo e alguém tinha que manter a “casa em ordem”.
O maravilhoso disso tudo – há quem possa achar
masoquista – é que foi um ano e meio de pesquisa para essa comédia construída
do conflito e da dúvida. A única certeza é que se tratava de uma pesquisa sobre
o egoísmo. O egoísmo reinava em tudo e em todos e fico orgulhosa de ver um
resultado que tão bem representa esse longo processo - de pesquisadores
passamos a objeto de pesquisa. O trabalho traz à cena, através de uma parábola
irônica e bem humorada, nosso conflito egocêntrico durante a montagem e
situações e personagens egoístas em uma cidade fictícia onde todos pensam no
próprio umbigo.
Ainda bem que é faz de conta, né?
domingo, 9 de março de 2014
Inscrições Abertas - Oficina Trilhos de uma Estética Popular
Estão abertas as inscrições para a terceira edição da
oficina "Trilhos de uma Estética Popular". O objetivo da oficina é
proporcionar ao participante uma vivência prática do processo do Grupo Trilho
de Teatro Popular, partindo de elementos da sua metodologia de trabalho. Nesta
edição quem ministrará a oficina serão Caroline Falero, Fábio Castilhos e
Giovanna Zottis. A oficina será realizada no dia 25 de março, das 18h30min. às
21h30min., na Sala 400 da Usina do Gasômetro.
![]() |
Participantes da edição de fevereiro |
As inscrições são gratuitas e ocorrem de 10 a 21 de março. Devem ser feitas pelo e-mail: oficinas@grupotrilho.com.br, indicando no Assunto
o nome da oficina e no corpo do e-mail sua idade e telefone para contato. Serão
disponibilizadas 20 vagas por ordem de inscrição.
Trilhos de uma Estética Popular
Dia 25 de março
Das 18h30min. às 21h30min.
Sala 400, Usina do Gasômetro
Ministrantes: Caroline Falero, Fábio Castilhos e Giovanna Zottis
Público-Alvo: Interessados a partir de 16 anos que tenham alguma experiência com teatro
Inscrições gratuitas através do e-mail oficinas@grupotrilho.com.br, indicando no Assunto o nome da oficina e no corpo do e-mail idade e telefone para contato.
domingo, 2 de junho de 2013
Grupo Trilho, 7 anos
Hoje o Grupo Trilho de Teatro Popular completa 7 anos de existência. 7 anos de arte, de teatro, de resistência e uma boa dose de teimosia e utopia. O Trilho surgiu de oficinas nos projetos "Descentralização da Cultura" da Prefeitura de Porto Alegre e "Teatro como instrumento de discussão social" da Terreira da Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz. Os dois projetos aconteciam no Grêmio Esportivo e Cultural Ferrinho, no Bairro Humaitá, em Porto Alegre, espaço que o grupo continua ocupando.
Nestes 7 anos muitos artistas estiveram envolvidos com o grupo, uns atuando diretamente, outros ajudando, colaborando. Neste período, montamos espetáculos, intervenções e eventos. Tudo na teimosia, sem grana de edital. Tudo na cara dura, resistindo com recursos próprios. Tudo na Estética da Chinelagem, como costumamos dizer. No conflito, na resistência e na coletividade segue o trem, segue o Trilho, segue nossa utopia.
Dos primeiros integrantes, da época que o grupo chegou a se chamar "Atiamuh e Agregados", resistem e insistem dois artistas: Caroline Falero e Daniel Gustavo. A eles somam-se outros, que entraram em outras estações: Bruna Immich, Fábio Castilhos, Gabriel Gorski, Giovanna Zottis e Sergio Baiano. E agora, aumenta-se um pouco mais esse vagão, pois Diego Ferreira e Melissa Dornelles entram para fazer parte desta viagem.
Da esquerda para direita, em cima: Bruna Immich, Caroline Falero e Daniel Gustavo. No meio: Diego Ferreira, Fábio Castilhos e Gabriel Gorki. Embaixo: Giovanna Zottis, Melissa Dornelles e Sergio Baiano.
Como estamos com muito trabalho pela frente (e ainda bem!), não haverá festa, nem evento, mas há muito o que comemorar! Estamos organizando o novo site do Trilho que em breve estará no ar, e na próxima terça-feira partimos para o circuito do Sesc Teatro a Mil, passando por 8 cidades do RS, durante todo o mês de junho, totalizando 25 apresentações com o espetáculo "O Baú - Lembranças & Brincanças".
Como estamos com muito trabalho pela frente (e ainda bem!), não haverá festa, nem evento, mas há muito o que comemorar! Estamos organizando o novo site do Trilho que em breve estará no ar, e na próxima terça-feira partimos para o circuito do Sesc Teatro a Mil, passando por 8 cidades do RS, durante todo o mês de junho, totalizando 25 apresentações com o espetáculo "O Baú - Lembranças & Brincanças".
E ainda este ano, estreamos dois novos espetáculos, um de rua e outro infantil.
Agradecemos a todos que fazem e fizeram parte do Trilho, amigos, colaboradores, trilheiros... E que possamos viajar por muitos anos nesse Trilho!
domingo, 26 de maio de 2013
O SIMPÓSIO BRECHT - Por Caroline Falero
Do dia 20 a 23 de maio aconteceu na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, por meio do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas e do Departamento
de Arte Dramática o 14º Simpósio da International Brecht Society, sob o tema “O
espectador criativo: colisão e diálogo”. Três integrantes do Trilho tiveram a
oportunidade de acompanhar o simpósio. Segue abaixo o relato de Caroline
Falero, integrante do Trilho:
Simpósio Brecht
“O mais importante de tudo é aprender a estar de acordo
Muitos dizem sim, mas sem estar de acordo
Muitos não são consultados
E muitos estão de acordo com o erro
Por isso, o mais importante de tudo
é aprender a estar de acordo”.
(Bertolt Brecht. Aquele
que diz sim e Aquele que diz não.)
Inicio meu texto com esse fragmento da
peça didática de Bertolt Brecht por achar pertinente essa colocação, afinal era
um simpósio, um espaço de discussão, muito se diz que falar de Brecht sem
questioná-lo é traí-lo e várias foram as posições referente ao trabalho dessa
figura tão relevante para o teatro moderno e para o teatro do Grupo Trilho de
Teatro Popular. A peça didática também acabou sendo grande protagonista do
simpósio ao lado do teatro de Boal e a performance. Se tivesse que resumir em
uma palavra o evento não hesitaria em escolher CONTRADIÇÃO. Simpósio tão
recheado dela como a vida em que vivemos.
Dentre muitas passagens ao longo do
período de 20 a 23 de maio destaco o pulsante relato de Miguel Rubio Zapata,
sobre o trabalho do grupo Yuyachkani, a conferência generosa de Ingrid Koudella
e o relato de Hans-Thies Lehmann agregado ao contraponto do comentário de
Sergio de Carvalho questionando-o pela insistência em abafar o cunho político e
marxista do trabalho de Bertolt, adorei o conflito, eis a oportunidade de
aprendizado, não se chegou a consenso algum (que bom), seguiram discutindo na
entrada do salão (em inglês), onde eu aguardava para tirar a foto com o diretor
da Cia do Latão.
A fala de Camila, imprecisa e nervosa
deixou a desejar sobre essa pesquisa que parecia tão interessante, ao concluir
compartilhou com os presentes o fato de ter sido tirada do espetáculo Patrão
Cordial por estar com um nenê que, naturalmente se manifestava. Uma menina
presente elaborou e nos leu um escrito referente a isso, usando a manifestação
da criança como metáfora para o encorajamento de um posicionamento desse
público de teatro acomodado. Ironia ou não, estava eu como público a assistir o
espetáculo... Em resposta ao escrito e sim, propondo o exercício do aprender a
estar de acordo coloquei minha versão de espectadora incomodada com a
intervenção da criança, deixei claro que nada tenho contra crianças (é claro!)
e que muito menos apoio qualquer truculência em relação à forma como a mãe foi
convidada a se retirar, pelo contrário, coloquei que ouvindo a contextualização
dela, de mãe solteira e há quase um ano sem ir ao teatro me parecia essencial
ela estar ali com a criança. Sigo falando que muitas das regras sociais existem
para que se possa contemplar a todos, afinal aquele não é um espetáculo para
crianças, não é? O pai da menina ficou cuidando da neta para que a mãe explanasse
sobre sua pesquisa, a criança ao ver a mãe chorava e tornava impossível a
permanência dos dois na sala, vô e neta saiam. O relato, obviamente não desceu
bem. O conflitão tinha sido instaurado, eu, Daniel havia me jogado na jaula dos
leões.
No segundo dia de simpósio aconteceu
no intervalo para o café, uma performance de uma menina que lia seu texto de
maneira exaltada aos que ali estavam e seguiram tomando seu cafezinho com
bolachas, o texto era bem interessante, todos tinham cópias, ela seguia, tirava
a roupa, ao concluir, a inflamação foi ao ápice ao contar a todos que ao
conversar com os alunos da UFRGS, ficara sabendo que os mesmos não tinha
permissão para utilizar o Salão de Atos, que este era apenas para cerimônias e
eventos importantes. Ela questiona: e para que falar de Brecht então?
Concluo por fim, que uma posição
contrária foi geradora de tamanha e maior inquietação do que um texto (bem
escrito, repito) gritado e roupas tiradas. Que bom! A menina da performance
ficou tão incomodada que seguiu na última conferência (antes de iniciá-la,
obviamente) a reclamar de mim.
O público e o povo precisam gritar,
sim!!!! Contra o mau serviço de educação, saúde, transporte, contra a
corrupção, pastores homofóbicos e para todas as séries de injustiças sociais que
povoam nesse sistema capitalista decadente e sanguessuga! Esse mesmo sistema
que aliena e nos faz pensar que uma criança se manifestando em um espaço
estruturado para adultos é um ato de coragem. Para mim, naquele momento, a
coragem estava no exercício de saber escutar, pois um grupo relevante estava
convidando o espectador atento a se posicionar sobre esse mesmo sistema que
todos deveríamos combater. E gritar e não ouvir é tão contraditório quanto à
própria vida.
domingo, 11 de setembro de 2011
Lembranças Pimpolha
O nosso novo trabalho, destinado ao público infantil, brinca com as lembranças, com as memórias das nossas infâncias, misturadas e conectadas com a história das duas personagens, Pimpolha e Dindim.
Esse vídeo é para dar um gostinho com lembranças da Pimpolha ou será da Caroline?
Esse vídeo é para dar um gostinho com lembranças da Pimpolha ou será da Caroline?
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Olhares sobre O Baú - Caroline Falero
Não tem momento mais importante pra mim do que a infância, é nostálgico, tudo era simples, tudo era feliz e pra tudo se tinha solução. Nessa época eu ainda podia contar tanto com a minha mãe quanto com meu pai, já falecido, o oposto do meu “eu” agora em que amparo meus enteados, primos e alunos. A gente cresce e cai na vida real, tudo é assustador. Fazer teatro e poder montar um espetáculo infantil, traz esse gostinho novamente, dessa felicidade, dessa lógica de pensar mais ingênua e sincera, e esse momento refresca nosso mundo adulto sem graça, como se essa chama se acendesse novamente e influenciasse no modo de ser gente grande. Outro fator é que essa ideia de infância está sendo corrompida, a sociedade se relaciona de um jeito diferente com as crianças hoje e me pergunto até onde é saudável e que tipo de adulto essa relação vai gerar. Esse espetáculo nos possibilita a reflexão entre a nossa infância e a infância de hoje, quais as diferenças? Nós que somos professores, estamos lidando com situações variadas de deturpação da educação, da relação em família, da relação entre amigos, do descobrimento precoce das relações sexuais... Onde isso tudo vai parar? A discussão é palpável, tal como a necessidade de se tomar uma posição sobre isso.
Foi muito importante para o processo a definição do tema que íamos abordar, o Grupo Trilho de Teatro Popular propõe o questionamento e como fazê-lo num espetáculo infantil? Já permeava o incomodo da relação dos meios de comunicação com as crianças de hoje. Ao resgatar nossas lembranças, o que era mais importante não era os programas ou os brinquedos e sim, as brincadeiras, a relação com os animais de estimação, os sonhos, os medos e o principal, os amigos. Por fim se tornou essencial ressaltar que mais do que um espetáculo que reforce o lado lúdico queríamos ressaltar a ludicidade natural da criança, lembrar aos pais o quão saudável é esse exercício e a importância de não deixá-los amadurecerem precocemente, respeitá-la em seu direito de ser criança sem preocupações adultas. Definido o tema era hora de afinar a improvisação para chegarmos ao nosso objetivo, não foi (é) fácil, voltar a ser criança e transgredir esse tem sido nosso maior desafio.
Caroline Falero
Integrante do Grupo Trilho
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Entrevista Caroline Falero
Depois de um longo recesso (puxa desde 11 de dezembro não postávamos nada) vem aí o primeiro post de 2011! Que ainda por cima é um ctrl+c ctrl+v! Segue abaixo a entrevista com a Caroline Falero, integrante do Grupo Trilho. A entrevista foi realizada pelo Diego Ferreira, diretor do grupo Válvula de Escape de Montenegro, que é um grande amigo e parceiro. O link do post original, no blog do Escape, é este aqui: "Entrevista Carol"
Não deixe de visitar o blog do Diego, que ao contrário do nosso tem postagens diárias! (hehehehehe)
Como foi o processo/trajetória até tu te tornares uma atriz/diretora?
Bom, eu comecei estudar e conhecer o teatro em 2002 na formação de atores do Ói Nóis Aqui Traveiz, antes disso vi “A Saga de Canudos” da Tribo em uma apresentação na Lomba do Pinheiro (onde morava), mas não tinha a menor idéia que aquilo era teatro e para que aquilo servia. A idéia de entrar na escola da Terreira foi sugerida por um colega que se compadeceu por eu não ter passado no teste especifico em artes cênicas na UFRGS. Em 2002 eu inconscientemente e felizmente dei uma reviravolta na minha vida, meu pai faleceu em agosto de 2001 aos 36 anos e isso foi o fator mais importante para a minha vida de ovelha negra. Completei 16 meses de formação morando na Terreira e completamente envolvida no espetáculo de conclusão de curso “A Alma Boa de Setsuan” de Bertolt Brecht. Meu pai desde sempre foi muito exigente com meus estudos, ele sendo zelador na época e nós nos mudando para a Lima e Silva muito cedo eu tive contato com a diferença de classes, com o espetáculo do dramaturgo alemão juntei os pontinhos e o “destino” então fez sentido. Não larguei mais Brecht e dei continuidade no que meu pai me iniciou, concluindo minha graduação na UERGS em 2008.
Você se sente uma atriz/diretora? Por quê?
Eu confesso que ainda tenho conflitos quanto à profissão, para mim a profissão de atriz está ligada a uma função ética que se reflete na estética, nos meus trabalhos de artista tento manter a minha raiz “chinelona” que é a minha melhor formação, nas dificuldades foi que aprendi os conceitos de coletividade e de resistência e é sobre esse universo que gosto de me referir. Desde 2005 formalizamos o Grupo Trilho que partiu de uma oficina do “Ói Nóis” no bairro Humaitá e lá estamos crescendo e nos profissionalizando, sinto que sou a atriz que quero ser quando percebo que o Trilho resiste e têm a cada dia mais adeptos. Me sinto, quando consigo dar o passo inicial a pesquisa “Estética da Chinelagem” de dá forma a esse Teatro de Resistência, que faz com o que tem, e mesmo assim, fazer um trabalho de qualidade, questionador, dentro e diretamente influenciado pela “chinelagem”, na realidade dos que resistem todos os dias. É importante que a grande parte da população se aproprie do teatro para si, para que mais cedo as “Carolines” possam estar fazendo e fruindo teatro e não só nos 18 anos como aconteceu comigo. Nesses momentos me sinto atriz. Mas o conflito está em aceitar a arte como reflexo de uma vivência, às vezes essa profissão me parece esvaziada, são editais, leis de comércio, marketing pessoal, ainda tenho que me estruturar a isso, nesses momentos me sinto longe de atriz, o que de certa forma não é ruim, tenho minhas diferenças e estou aprendendo com elas.
Atuar ou dirigir ou Atuar/dirigir?
Como boa filha da Terreira, (risos) ... gosto de meter meu dedo em tudo! Tive duas experiências com a direção e me sinto bem, mantenho minha relação colaborativa, ou seja, oriento de fora, mas fomento o debate para que todos estejam construindo o processo junto comigo e daí vou direcionando dentro do que definimos. No “Trilho” todos somos um pouco de tudo. É disso que eu gosto.
Qual a participação de tua família em sua trajetória?
Minha família é o início o meio e o fim de tudo que eu faço no teatro. Minha mãe é muito presente, reconhecida pelos nossos espectadores mais fiéis, meu irmão esteve comigo em “A Decisão”, então também é muito presente e todos se orgulham muito do meu trabalho. É por essa raiz que eu continuo dou todo o crédito a eles.
Explica o que é a "estética da chinelagem"?
A “Estética da Chinelagem” tem algumas características:
- Uma arte que é criada dentro da periferia, um caldeirão popular servido e sorvido pelo “Trilho”;
- A produção, fazer muito com pouco, isso exige uma criatividade que nos tira da comodidade e nos diferencia;
- Os temas que representem esse público popular;
· A luta pelo espaço, o Grêmio Esportivo Ferrinho legitima e acrescenta essa característica do grupo. Por ele que o “Trilho” resiste e ajudamos na legitimação deste como Centro Cultural de portas e janelas abertas para a comunidade.
- E o trabalho colaborativo do grupo;
O que Brecht representa em sua vida/arte?
Ele é minha maior influência, tudo partiu do estudo sobre ele. Ele foi o definidor do meu teatro de militância.
O que é mais difícil para um ator/diretor de teatro?
Fazer teatro não é fácil, pois não é reconhecido como profissão, não se tem direitos como outras profissões, tudo depende de financiamentos, que por conseqüência depende de interesses. E quando se pensa em algo mais engajado é preciso repensar a forma de produzir sem se vender. Como diria Brecht: “Árdua e necessária é a labuta cotidiana”.
Como você (sobre) vive na arte?
Olha, no “Trilho” temos: educadores, professores, produtores e eu que atualmente sou babá, não nos mantemos com o Trilho, o “Trilho” se mantém com nós, nós trabalhos para o teatro do grupo sobreviver.
O que está faltando para que o teatro gaúcho tenha uma estabilidade, qualidade e notoriedade?
Estabilidade políticas culturais interessadas em reconhecer a arte como algo fundamental. Qualidade, que esteja ligada com o que vivemos de fato, que influencie e não seja influenciado e notoriedade vem com tudo isso.
Por que teatro?
Vou citar Brecht mais uma vez: “A arte deve optar, pode se transformar no instrumento de alguns que diante da maioria assumem um papel de deuses ou do destino, ou pode aliar-se a grande maioria, transformando-se em arma a serviço do povo”.
Como é o teu processo de trabalho?
Começo com o estudo teórico que vem em paralelo ao prático, atualmente ele é constante e está ligado principalmente ao estudo do desenvolvimento do teatro político e do teatro dialético, dessa etapa surgem coisas que me atraem para um possível trabalho isso acontece de certa forma inconscientemente, mas que logo vão se afirmando com fatos do dia a dia que eu leio ou vejo nos meios de comunicação. Tudo parte do eu estudo, da razão. Chegando ao objetivo principal vou me focando no método prático para alcançá-lo.
E o grupo Trilho? Como se caracteriza a criação e vivência em grupo? Quais os projetos e influências que norteiam o trabalho de vocês?
O Trilho já foi muitas coisas, no início tínhamos uma vivência muito boêmia, as idéias surgiam em bares, festas e encontros, todos morávamos próximos então tudo surgia dessa convivência, tudo era muito conectado e fluído. A nossa imaturidade fez com que as coisas fossem perdendo o foco, os problemas pessoais dessa mesma convivência influenciaram de modo negativo o trabalho e mesmo a seriedade do estudo teórico não era encarada por todos. Resultado foi à saída de muitos que perceberam que queriam outras coisas. Na faculdade meus colegas Fábio, Giovanna e Bruna, com quem morei e que me apoiaram na conclusão do curso e mesmo na minha continuidade no “Trilho” entraram e deram uma nova cara pro grupo, com eles se acrescentou vertentes do trabalho físico, a iluminação e o que é mais importante: a produção. Começamos a pensar como gente grande e estamos construindo desde então. Nossas principais influências atuais são: Brecht (que resiste), Cia do Latão, Grotowski e Eugênio Barba.
Vivência é um desafio, pois propomos uma relação de aprendizagem dentro e fora da sala de trabalho, sabemos das vidas pessoais até por que ela influência no trabalho, às vezes é difícil, mas é gratificante, pois gera o aprendizado o “aprender a estar de acordo”, também de Brecht, que tanto prezamos quando levamos ao espectador. E claro mantemos a boêmia de forma moderada pois também é necessária e faz parte da Estética da Chinelagem ...(risos).
As coisas estão fluindo como havias planejado? Aonde tu queres chegar?
As coisas estão fluindo sim. Estamos trilhando para um grupo profissional que seja antes de tudo necessário que seja combativo e questionador, que nos reconheçam e nos respeitem assim como a cada dia aprendemos a respeitar os nossos colegas. Eu quero estar sempre crescendo e aprendendo com o teatro e que isso continue influenciando os próximos a mim, o que de fato tem acontecido desde 2002 quando entrei. Hoje tenho uma mãe politizada, irmão e amigos que buscam isso que se influenciaram pela minha causa e que agora é a causa deles. E, claro, quero poder ganhar com isso, afinal isso traz retornos e crescimentos que precisam ser financiados.
Alguma vez já pensou em desistir?
Quase sempre penso. Desde 2002 esse teatro social se tornou prioridade mor, nem amores, nem dinheiro, nada é mais importante, mas tem dias que eu canso, que eu percebo que é um caminho tortuoso. Há dois anos sou casada e meu marido tem dois filhos lindos, me pego em conflito de estabilidade financeira e nessa bendita ordem capitalista, em que se precisa de dinheiro para existir, se precisa pensar em como ganhar o dinheiro para continuar com as causas sociais, isso cansa. Mas acho que desistir não vou, se fosse fácil teria desistido antes, exatamente por ser na desordem que continuo. Resultado: me privo de muitas coisas, mas em cena respingando o suor na cara atenta percebo que isso é o certo, nisso me sinto inteira e os que me amam apóiam, incentivam ou vão embora e outros vêem. É o que eu escolhi e acredito que não é uma causa egoísta e individual, ela se multiplica e faz a diferença.
Qual o papel da universidade na formação de um artista?
A Uergs fez a diferença, ela me instrumentalizou para o que eu precisava, é o momento em que tu ensaias o teatro, em que se aprende de tudo. A educação e arte são fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade. Mas o teatro mesmo se faz fora dela, ela é a base, a formação.
Quais profissionais gaúchos e nacionais tu destacaria, que contribuem para um teatro mais forte e engajado? (Ator/atriz, diretores, teóricos, etc...)
Paulo Flores é o meu pai, foi ele que me preparou para isso tudo, ele e o “Ói Nóis” que é inegável referência nesse sentido de engajamento. Tem a “Cambada de Teatro Levanta Favela”, que é um grupo novo mas que propõem um trabalho em ação direta que é diferenciado.
O que te faz ESCAPAR tratando-se de teatro?
Não sei se entendo muito bem a pergunta, mas se entendi, o que me faz escapar é a constante reflexão crítica que faço de mim e dos meus atos.
Qual a tua opinião a respeito das leis de incentivo do estado, da ação do ministério da cultura em relação a incentivos as artes cênicas e dos prêmios outorgados a "melhores do ano", por exemplo?
Bah!!! Como não ser tão radical, eu respeito o trabalho dos colegas vou assistir, às vezes gosto, às vezes não. As leis de incentivo parecem meio panela, precisa ter nome pra conseguir, o que de certa forma pesa, pois se trata de dinheiro público e tu não sai distribuindo pros João ninguém da vida, é preciso ter visibilidade e credibilidade. O que eu acho que falta é justamente a reflexão crítica do financiamento trata-se de dinheiro público e se tratando de teatro muito pouco se reverte ao público, entendendo-se público essa maioria que não vai ao teatro. Falta uma classe artística que seja menos competitiva e mais colaborativa, tá tudo muito comércio, muita burocracia. Me lembro de ter assistido a peça “Van Gogh”, acho que em 2006 se não me engano, que ao final recebíamos um folheto explicando como fazer para ser artista em Porto Alegre: RG, CPF, CNPJ, entre outros documentos e é isso.
Quanto aos melhores do ano, Isso parece ser o verdadeiro objetivo de se ser artista no Rio Grande do Sul, parece que é pra isso que se trabalha no fim das contas. Eleito por quem? Quem é o júri popular? Nossos colegas? Nossos parentes e amigos? Muito pouco de popular, diga-se de passagem. Tem trabalhos de boa qualidade que merecem receber seus prêmios, tem trabalho que devem ser reconhecidos, só espero não ter que me vender para chegar a esse reconhecimento, o prêmio dever se por merecimento. E o que dita quem merece o que? O que se assiste e o que não se assiste? Parece que fica tudo nesse mesmo meio de amigos e camaradagem... É o grande espetáculo. Não me envolvo muito nisso, pois nesses momentos acho tudo muito fútil e fora do meu universo. Mas esperamos reconhecimento que pode vir por respeito ao nosso trabalho e não por um troféu, tento me manter na minha, respeitando a dos outros.... Paciência.
O que tu tens assistido e que tem te provocado e o que tu tens abominado nas artes cênicas?
Eu assisti “O Cantil” no “Poa em Cena”, do Teatro Máquina, de Fortaleza, e tive a oportunidade de fazer a oficina com o Grupo, sobre o distanciamento brechtiano, ambas as experiências foram maravilhosas, é bom ver outras pessoas seguindo rumos parecidos e te complementando. Foi à experiência mais importante de 2010 com certeza, e olha que me provocou de uma forma muito técnica (que é difícil), mas uma técnica que me apetece me acrescentou e foi uma relação muito generosa. As que abominam não comento, são as vazias, as que pra mim não foram nada...teve algumas.
Futuro?
Pensemos no presente, tem desafios grandes por vir.
Tem algum recado especial, ou mensagem para deixar por aqui?
Assinar:
Postagens (Atom)