OFICINA DE MONTAGEM
14 de março a 04 de julho
terças e quintas, 19h às 22h
sala hermes mancilha - CCMQ
rua dos andradas 736
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Informações pelo email oficinas@grupotrilho.com.br
vagas limitadas
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MINISTRANTES
Bruna Immich
Caroline Falero
Daniel Gustavo
Morena Bauler
Sérgio Baiano
SINOPSE DA OFICINA
A oficina de montagem propõe abordar o trabalho
do ator, partindo de seu potencial criativo. O curso é direcionado a
atores e a não atores e tem como objetivo a montagem da ópera épica
Ascen$ão e queda da cidade de Mahagonny de Bertolt Brecht. Durante 04
meses, o aluno é convidado a se envolver em todas as etapas do processo
de montagem: preparação corporal e vocal; abordagens teóricas sobre o
texto do dramaturgo alemão - como o contexto da Alemanha na época em que
o texto foi escrito, relacionando com o atual contexto do Brasil;
exercícios de improvisação e de expressão corporal; construção de
personagens e de cenas; ensaios; e, por fim, a realização de 03
apresentações. A oficina montagem é ministrada pelos atores Bruna
Immich, Caroline Falero e Daniel Gustavo e pelos músicos Morena Bauler e
Sergio Baiano, todos integrantes do Grupo Trilho de Teatro Popular.
SOBRE O TRILHO
Em março, inicia a primeira oficina montagem do
Grupo Trilho de Teatro Popular dentro do projeto Ocupa Mário 2017, na
sala Hermes Mancilha da Casa de Cultura Mário Quintana. O Grupo
desenvolve, de maneira colaborativa, uma pesquisa teatral popular e
sociopolítica, voltada para a formação e fruição artística. As
principais referências do Trilho são o estudo do Teatro Épico de Bertolt
Brecht, a pesquisa da musicalidade cênica e a linguagem da palhaçaria.
Assim, desde 2011, o estudo desses elementos resulta numa construção de
dramaturgia e de trilha sonora autorais. Durante toda essa trajetória, a
relação entre teatro e aprendizagem continua sendo um dos alicerces da
poética do Grupo. A influência da pesquisa em Brecht na linguagem exige
de seus integrantes a eterna busca pelo aprendizado e pela atuação
crítica em suas ações artísticas e ideológicas. Ao mesmo tempo, reforça a
busca por um teatro que tire seu espectador do estado passivo e
apreciativo e o leve à reflexão sobre a transformação da sociedade em
que está inserido.
SOBRE O TEXTO
Ascen$ão e queda da cidade de Mahagonny,
escrita por Brecht em parceria com o compositor Kurt Weill, foi
apresentada pela primeira vez em 1930, numa época de ascensão do
nazismo. A extrema desumanidade da sociedade baseada no dinheiro é
rudemente desmascarada, quando um personagem é condenado à morte por não
ter pago três garrafas de whisky e as pessoas que lhe são mais chegadas
- sua amante e seu melhor amigo - se negam a lhe emprestar o dinheiro
que salvaria sua vida. A ópera épica tem características diversas da
ópera dramática: a música comunica, comenta o texto, pressupõe o texto,
assume uma posição e revela um comportamento. O contrário seria a música
a serviço do texto, intensificando, impondo, ilustrando e pintando uma
situação psicológica.
SOBRE BRECHT
Brecht
escreveu este texto aos trinta anos mais ou menos, já residindo em
Berlim onde inicia uma fase extremamente produtiva de sua vida, em busca
de uma estética mais condizente com seu tempo. Nessa época, também se
dedica ao estudo do marxismo como etapa preliminar a uma serie de peças
nas quais pretende focalizar o capitalismo. Esta ópera insere-se,
portanto, numa fase de produção não só engajada, mas, acima de tudo,
didática: "Só um objetivo novo produz uma arte nova. O novo objetivo
chama-se Pedagogia". Foi muito influenciado pelo trabalho de Erwin
Piscator, diretor teatral que fazia um teatro político no qual utilizava
material autêntico como documentos, fotografias e dados estatísticos,
sobretudo no tocante à função social do teatro e à forma objetiva das
encenações.